D. Manuel Clemente presidiu à Missa do Dia Nacional da UCP, alertando para perigos de «nivelamentos ideológicos»
Lisboa, 04 fev 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca elogiou hoje em Lisboa o serviço que a Universidade Católica Portuguesa (UCP) presta “à sociedade e à Igreja”, lamentando a “escassa conjugação da solidariedade com a subsidiariedade”, no que diz respeito à liberdade de ensino.
“No conjunto do Ensino Superior do país, quanta inovação, quanta criatividade, quantos resultados de excelência se somaram e se continuarão a somar, para benefício da sociedade e da cultura, sem que nada disso nos pese enquanto Estado, sociedade politicamente organizada”, referiu D. Manuel Clemente, na homilia da Missa a que presidiu na igreja de São Roque, por ocasião do Dia Nacional da UCP.
O responsável alertou para os perigos de uma “abstenção cultual e cultural” na sociedade, manifestando-se contra os “nivelamentos ideológicos”.
“Nalguma sociocultura, aprecia-se mal a definição confessional no espaço público, como se o espaço de todos não fosse necessariamente preenchido pelas convicções de cada um”, observou.
O magno chanceler da UCP sublinhou que a instituição se conseguiu afirmar num esforço sustentado pelas famílias dos alunos, com o apoio da Igreja Católica, ganhando “projeção internacional”.
Saudando alunos, docentes, colaboradores e amigos de uma universidade que se se “universaliza”, D. Manuel Clemente apresentou uma das frases de Jesus, no Evangelho lido hoje nas Missas dominicais – “Vamos a outros lugares” – como “missão e destino” das comunidades católicas e da UCP.
Presente em Lisboa, Braga, Porto e Viseu, a Universidade Católica trabalha num “vasto campo da Ciência, das Humanidades e da Cultura”, prosseguiu.
“Há sobretudo que ir ainda mais longe e mais a fundo àquilo que já se faz, para dar uma consistência humana e cristã, e que supere qualquer positivismo, utilitarismo ou relativismo ético”, apontou o cardeal-patriarca.
A reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, dirigiu-se à assembleia, no final da Missasublinhando que o ensino e a investigação “contribuem para melhorar a condição humana”.
“Servimos concretamente o país, orientados por valores que não se reduzem ao critério da utilidade”, acrescentou.
No ano das celebrações do 50.º aniversário da instituição, Isabel Capeloa Gil assinalou a necessidade de promover uma educação chamada a “construir uma cidadania ecológica”, contribuindo para um “desenvolvimento sustentável em termos económicos, políticos e societais”.
“Ao celebrar o nosso 50.º aniversário, afirmamos o nosso comprometimento presente e futuro, com uma ideia de universidade católica, socialmente inclusiva, eticamente responsável, líder de conhecimento, mas sempre atenta às fragilidades do mundo”, prosseguiu.
O Dia da Universidade Católica Portuguesa tem por tema, em 2018, ‘A verdade no concreto’, evocando as mensagens do Papa Francisco à delegação de 150 elementos da UCP que foi recebida no Vaticano em outubro último, propondo à comunidade académica que passe dos discursos abstratos aos atos.
O programa ‘70×7’ (RTP2), emite este domingo uma entrevista a Isabel Capeloa Gil, na qual se destacam as apostas presentes da instituição de ensino e os desafios que se apresentam à UCP.
A Universidade Católica Portuguesa promoveu na sexta-feira, em Lisboa, a sessão académica que assinalou o seu Dia Nacional, atribuindo o título de doutor ‘Honoris Causa’ a Manuela Ferreira Leite e Mário Pinto.
OC