UCP atribuiu título de doutor ‘Honoris Causa’ a Mário Pinto e Manuela Ferreira Leite, primeira mulher a receber a distinção
Lisboa, 02 fev 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje, na sessão académica do Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa, que a instituição, com os seus milhares de diplomados ao longo de 50 anos de vida, desempenha um papel na sociedade que deve ser reconhecido pelo Estado.
“Também aqui se consolidou o país que agora somos”, disse D. Manuel Clemente, magno chanceler da Universidade Católica Portuguesa.
O também presidente da Conferência Episcopal sublinhou a necessidade de um maior apoio, por parte do Estado, que deve “apoiar e estimular as boas iniciativas dos cidadãos”.
O responsável disse que “a razão da existência” da UCP, o ser “católica”, passa pela “figura e a mensagem de Jesus Cristo”, numa visão “cultual e culturalmente ativa”, acompanhando e mesmo “criando a atualidade” nos vários campos.
A cerimónia decorreu no Auditório Cardeal Medeiros, incluindo a imposição de insígnias e a entrega das cartas doutorais aos doutores que obtiveram o grau em 2017.
A sessão iniciou-se com um discurso da reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, a qual falou numa nova fase de desenvolvimento da universidade, “orientada para a inovação”.
A responsável contestou o paradigma que instrumentaliza a ciência e o saber, considerando que a UCP tem de saber celebrar os 50 anos com capacidade de “pensar o futuro”, desafiada pelo “cosmopolitismo radical” do Papa e pela necessidade de promover uma “cultura ecológica”, propondo um projeto de “intervenção global social”.
“Somos projeto e risco”, assumiu.
Isabel Capeloa Gil renovou o compromisso assumido junto do Papa, de apoiar estudantes em situação de fragilidade social e financeira, imigrantes e refugiados.
O ‘Fundo Papa Francisco’, para este apoio social, visa “dar um futuro a quem nunca teve oportunidades”, promovendo o direito a uma formação “qualificada”.
A Universidade Católica atribuiu hoje o título de doutor ‘Honoris Causa’ a Manuela Ferreira Leite e Mário Pinto, que a reitora da instituição apresentou como “personalidades marcantes da sociedade portuguesa” e associadas ao “crescimento da UCP”
Mário Pinto, investigador, jurista, professor e político, dirigiu a Faculdade de Ciências Humanas da UCP em três mandatos; foi o primeiro presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, ligada à Conferência Episcopal Portuguesa, e deputado à Assembleia Constituinte de 1975.
O condecorado evocou a “pré-história” da Universidade Católica Portuguesa, marcada por “incertezas, críticas” e mesmo “algumas ameaças”, assinalando que ainda hoje não é “uma aquisição segura e tranquila”.
“Vemos agora uma universidade entre as nossas melhores universidades”, inclusive “no plano internacional”, nalguns planos departamentos, sublinhou.
Manuela Ferreira Leite, economista e ex-presidente do PSD, tornou-se a primeira mulher a receber este o mais alto grau honorífico atribuído pela Universidade Católica Portuguesa.
A distinção à ministra da Educação e das Finanças, presente em vários órgãos consultivos da UCP, foi acompanhada, entre outros, pelo ex-presidente da República Aníbal Cavaco Silva e pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas.
Ferreira Leite considera que a UCP “provou ser possível”, como instituição académica, promover “a exploração de novos campos do saber” em conjugação com o “desenvolvimento de valores humanistas”.
O Dia Nacional da UCP assinala-se no primeiro domingo de fevereiro, este ano sob o lema ‘A Verdade no concreto’.
OC