Igreja em Braga atenta à família

A importância e o modo como devem ser encaradas as grandes peregrinações de Verão, que já começaram na região do Minho, e a problemática familiar marcaram ontem a peregrinação das paróquias do arciprestado de Amares ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia. Na homilia que proferiu durante a missa campal, que reuniu milhares de fiéis, o Bispo auxiliar D. Antonino Dias defendeu, a propósito da temática familiar proposta pela Arquidiocese de Braga para o triénio 2005- 2008, que «a qualidade de vida de um agregado passa pela qualidade da convivência entre marido e esposa». Na Festa litúrgica da Ascensão, o prelado bracarense começou por exortar os peregrinos ao compromisso pastoral, «um dever que não nos permite ficar a olhar para o céu de qualquer maneira», pois «há muitas maneiras de olhar para o céu». «Há quem olhe em atitude de fé, mas também há quem olhe em atitude de desilusão ou de acomodação », disse, contrapondo aqueles que procuram «uma solução de paz e progresso para o homem e sentem como dever a participação na construção de um mundo mais solidário e feliz», àqueles que «só se lembram de Santa Bárbara quando rola o trovão» ou «fazem de Deus uma espécie de “bombeiro”, a quem se recorre quando a casa está a arder e logo se esquece até que aconteça novo incêndio». No início do período das grandes peregrinações de Verão na região minhota, o responsável eclesiástico referiu- se ao «olhar desumanizante de tantos que, sem firmeza de convicções, facilmente voltam as costas à comunidade cristã, que os gerou na fé, e vão “engrossar as fileiras das novas seitas que habitualmente substituem as bruxas e as pessoas de virtude de antigamente”, causando o desassossego deprimente e o vazio que frustra». «É um olhar doentio, que entristece e desanima», disse D. Antonino Dias, que, no início da Eucaristia, alertara os fiéis para a importância da sua participação na celebração, «porque, caso contrário, a peregrinação ficaria incompleta». O bom tempo que ontem se fez sentir também permitiu a participação na missa campal de inúmeros agregados, que ouviram o prelado defender que «o clima sadio duma família depende da forma como os esposos vivem o seu amor doação, em ambiente de mútua delicadeza, interesse recíproco, respeito que aproxima e acolhe, diálogo sereno e sem preconceitos». Por isso e recordando que a Arquidiocese de Braga dedicou o triénio 2005-2008 à problemática familiar, o Bispo auxiliar afirmou que «a qualidade de vida de um agregado passa pela qualidade da convivência entre marido e esposa, pela sua capacidade de saberem parar para se avaliarem na caminhada que estão a fazer e pelo à-vontade com que se convidam mutuamente à oração para, juntos, recordarem as maravilhas de Deus, darem graças um pelo outro e ambos pelos filhos, e pedirem ao Senhor a graça da perseverança feliz em comunidade de vida e de amor».

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