Responsáveis católicos destacam importância de preservar projeto comunitário de paz em tempos de crise
Lisboa, 09 dez 2012 (Ecclesia) – Os responsáveis dos episcopados católicos na União Europeia (UE) elogiaram a atribuição do Nobel da Paz ao projeto comunitário, uma distinção que vai ser entregue esta segunda-feira, destacando a importância de preservar a unidade em tempos de crise.
“Vejo nesta atribuição do Nobel da Paz um reconhecimento do valor do projeto da União Europeia e do seu sentido para a construção da paz entre os povos da Europa”, disse à Agência ECCLESIA D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima e representante da Conferência Episcopal Portuguesa na comissão dos episcopados católicos da Comunidade Europeia (COMECE).
Já o cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e presidente da COMECE, saudou a decisão do Comité do Prémio Nobel, anunciada a 12 de outubro, mostrando-se particularmente satisfeito pela mesma ocorre num “tempo de crise”.
“É um claro sinal de que a Europa pode contribuir para um mundo melhor”, destaca o cardeal alemão, em comunicado de imprensa.
Segundo o líder dos episcopados comunitários, apesar dos problemas com que a Europa se vê confrontada, o Nobel da Paz deve lembrar os cidadãos da UE “o grande contributo que o projeto de integração europeia ofereceu ao desenvolvimento pacífico do continente”.
“Os cristãos politicamente comprometidas ao serviço deste projeto têm uma quota-parte substancial neste feito”, concluiu.
O prémio será entregue em Oslo, ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em conjunto com os presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Van Rompuy afirmou hoje, na capital norueguesa, que a Europa vai sair da atual crise “mais forte” e voltará a ser um “símbolo de esperança”.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou, por sua vez, que o Nobel da Paz “é um prémio para o projeto europeu, para as pessoas e as instituições, que, durante os últimos 60 anos, construíram uma nova Europa”.
O Comité do Prémio Nobel justifica a atribuição do galardão à UE pelo seu “contributo, há mais de seis décadas, para o avanço da paz e da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos na Europa”.
Concebida a seguir à II Guerra Mundial, para evitar o surgimento de novos conflitos na região, a Comunidade Europeia veio dar a “estabilidade” necessária para a construção de uma nova era, salienta o júri da Academia.
Os prémios Nobel foram criados em 1895 pelo químico e engenheiro sueco Alfred Nobel, começaram a ser atribuídos seis anos depois e envolvem hoje áreas como a medicina, economia, literatura e física, para além da paz.
OC