Igreja: «Educar ou formar», o «principal» desafio das Escolas Católicas

Cidade do Vaticano, 20 nov 2015 (Ecclesia) – O diretor da Escola de Alta Formação “Educar para o encontro e para a solidariedade” (LUMSA) recordou no Vaticano os seis níveis de desafios que existem à educação católica destacando que a principal é se “educam ou formam”.

“As escolas católicas devem distinguir-se das restantes no modo como se preocupam com uma formação de qualidade mas também com as questões da educação para o serviço, para o bem comum”, disse Italo Fiorin, esta quinta-feira, aos participantes do congresso internacional das Escolas Católicas.

Para o professor desta forma, as escolas católicas “contrariam um mundo dominado por uma cultura materialista e utilitarista”.

Italo Fiorin destacou o papel “muito positivo” dos leigos neste processo quando “muitas instituições católicas estão a adotar líderes leigos nas suas direções”.

“É importante um projeto onde, explicitamente se faça referencia ao Evangelho e aos ensinamentos da Igreja mas é fundamental percecionar que é o professor o principal responsável pela implementação deste projeto”, acrescentou.

O diretor da Escola de alta formação "Educar para o encontro e para a solidariedade", apresentou o tema "Novo cenário na educação, das respostas ao Instrumentum Laboris 'Educar hoje e Amanhã, uma paixão que se renova'", cujo documento recebeu “respostas de 63 países” com mais de “11 600 entradas e 222 700 palavras-chave”

Italo Fiorin começou a sua intervenção recordando os seis níveis de desafios que hoje se colocam à educação católica em níveis diferentes: “Identidade; educação integral; formação; subúrbios; pobres e novas formas de pobreza e a sustentabilidade da proposta.”

Neste contexto, observou os grandes desafios relacionam-se com “uma sociedade multicultural em profunda mudança” que dificulta a tarefa de fazer um modelo sustentável de “educação integral da juventude, preservando a identidade institucional da comunidade educativa na evangelização”.

O diretor da LUMSA assinalou que, em muitos países, as instituições educativas católicas “ainda desempenham um papel de substituição do Estado” e noutros correm o risco de “se considerarem concorrentes desse mesmo estado”, especialmente aquando a qualificação em “rankings de referência”.

A ausência do estudo da dimensão religiosa nas escolas, porque os Estados “são relutantes ao seu financiamento”, para o professor, causa “empobrecimento cultural” e desafios em duas perspetivas.

“Primeiro contrariar o risco de um conformismo que leva a adotar acriticamente o currículo sem vigilância”, e, depois, “a invasão do Estado” que, em alguns países, permite que a Igreja tenha as suas instituições de ensino tenta “impor os seus programas e estabelecer restrições que limitam a liberdade cultural e pró-ativa”, desenvolve.

Para o conferencista “é urgente” que as Escolas Católicas entendam que “a qualidade académica e a preocupação com a mensagem central cristã” deve ser apresentada em conjunto” porque não é possível “situar a preocupação com a qualidade dos serviços de ensino descurando a tarefa da evangelização”.

A educação que estas destas escolas proporcionam deve ser integral, “cuidadosamente” equilibradas as dimensões “cognitiva, emocional, social, profissional, ética e espiritual” onde os alunos desenvolvem os talentos numa “atmosfera de cooperação e solidariedade”.

Educris/CB

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Agência ECCLESIA

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