Igreja/Educação: Santa Sé pede «diálogo intercultural» e recorda exemplo dado pela paquistanesa Malala

Vaticano revela aumento de alunos nas Escolas Católicas a nível mundial

Cidade do Vaticano, 19 dez 2013 (Ecclesia) – O Vaticano divulgou hoje em conferência de imprensa o documento ‘Educar para o diálogo intercultural na Escola Católica. Viver juntos para uma civilização do amor’, da Congregação para a Educação Católica (CEC), organismo da Santa Sé.

O prefeito da CEC, cardeal Zenon Grocholewski, disse aos jornalistas que “a palavra-chave que liga em conjunto todos os aspetos abordados no documento é ‘diálogo’”, em resposta às indicações dadas pelo Papa Francisco.

O cardeal polaco evocou os “sofrimentos” das 70 milhões de crianças que segundo dados da UNICEF (2013) não vão à escola e citou, a esse respeito, a jovem paquistanesa Malala, alvo de um ataque dos talibãs em 9 de outubro de 2012, quando voltava a casa num autocarro escolar.

“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta podem mudar o mundo. A educação é a única solução”, disse a vencedora do prémio Sakharov 2013, concedido pelo parlamento Europeu.

O prefeito da CEC afirmou que o direito de “todas as crianças a uma instrução justa” é “demasiadas vezes descurado quando se trata de meninas”, falando em fatores “muito preocupantes” que ameaçam a educação.

Durante a conferência de imprensa foram apresentados os dados relativos ao número de alunos nas escolas católicos a nível mundial, entre 2008 e 2011, registando um aumento de quase 3 milhões (5%) de estudantes.

No total, 209 670 escolas católicas nos cinco continentes acolhiam 57,6 milhões de alunos em finais de 2011, com crescimento na Ásia, África e Oceânia e diminuição na Europa (de 8,64 milhões para 8,46) e América.

Segundo o cardeal Grocholewski, o “fenómeno das migrações globalizou a realidade do multiculturalismo e da multirreligiosidade, com a consequente necessidade de uma adequada educação intercultural”.

“Em tal contexto, a escola católica é chamada a fornecer às jovens gerações os elementos necessários para desenvolver uma visão intercultural do viver em conjunto”, precisou.

O novo documento quer ser “um meio de diálogo e de reflexão” para todos os que se preocupam com a educação, “para a construção de uma sociedade mais pacífica e solidária”.

“O objetivo final da educação para o diálogo intercultura, como afirma o subtítulo, é a construção de uma civilização do amor. A civilização do amor para os cristão não é uma solidariedade vaga, mas exprime a caridade de Cristo”, precisou D. Zenon Grocholewski.

OC

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