Dos jardins-de-infância às universidades, onde as comunidades cristãs correm perigo de extinção

Lisboa, 28 ago 2025 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apoia o regresso às aulas de crianças e estudantes, do jardim-de-infância às universidades, mas também professores “em países afetados por crises”, como Burquina Fasso, Nigéria, Síria, Iraque, e Líbano.
“À medida que escolas e universidades do hemisfério norte iniciam um novo ano letivo, a AIS mantém o seu compromisso de assegurar que o maior número possível de jovens receba uma educação de qualidade, sobretudo em países afetados por situações de emergência como pobreza, perseguição, instabilidade e guerra, com particular atenção às comunidades cristãs em risco de extinção”, explica a fundação pontifícia, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA
No ano letivo 2024-2025, a AIS atribuiu “subsídios” que beneficiaram “3895 professores e 12373 estudantes receberam bolsas de estudo diretas em oito países”, como parte de “um esforço urgente” para ajudar as famílias cristãs a permanecerem nas suas terras de origem “perante a perseguição, o deslocamento e até a ameaça de extinção”.
A fundação pontifícia, cujo apoio tem um carácter ecuménico e abrange “diversas escolas geridas pela Igreja Ortodoxa”, acrescenta que, nestes contextos, “uma escola é mais do que um lugar de aprendizagem”, e torna-se também “um refúgio, um sinal de estabilidade”, um modo de apoiar a Igreja local, que “carrega o imenso fardo de garantir a continuidade da educação e de oferecer uma razão de esperança” às comunidades cristãs.
A AIS financiou um programa para o regresso às aulas de crianças que tinham “abandonado os estudos por diversas razões”, no Paquistão, e projetos específicos para refugiados, como 200 estudantes iraquianos na Jordânia, “graças ao financiamento do Centro Mensageiros da Paz, em Marka, Amã”.
O apoio da Ajuda à Igreja que Sofre, acrescenta a organização, assume muitas formas, desde a oferta de material – “como computadores e impressoras à Escola Primária Cristo Rei, na Diocese de Yei, Sudão do Sul” -, até à construção de edifícios escolares, em regiões como Erbil, no Iraque, ou para os cristãos deslocados internamente do Burquina Fasso; e no Paquistão as escolas receberam painéis solares.
A Síria é “um dos países onde apoiou mais projetos”, a ajuda de emergência permitiu “mais de 20 escolas continuarem a funcionar”, e “várias centenas de professores” a receber salários, enquanto no Líbano “muitas famílias” não teriam conseguido pagar “as propinas, nem as escolas os salários dos professores”, sem o apoio da AIS.
“A fundação pontifícia presta apoio financeiro direto a 191 escolas no Líbano, frequentadas por mais de 170.000 alunos. Entre professores e estudantes, mais de 11.000 pessoas recebem ajuda direta”, contabiliza a organização, segundo as estatísticas, mais de 17 mil alunos “terão deixado escolas cristãs devido à instabilidade no país”.

Já no Iraque, onde “a maior parte da atividade da AIS se centre nas crianças”, a instituição tem também ajudado os universitários a concluírem os estudos, o apoio à Universidade Católica de Erbil (UCE) “tem sido crucial” para a Igreja oferecer um “serviço de elevada qualidade” no país, e “quase 300 estudantes da UCE recebem bolsas”.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre assinala que na UCE existem também alunos da maioria muçulmana e de minorias como os Yazidis, na informação publicada na página do secretariado português na internet.
CB/PR