Pilar Guembe e Carlos Goñi, casal espanhol dedicado há mais de 30 anos ao ensino, proferiram conferência, no II Congresso Nacional da Escola Católica, sobre «Elogio da Família: O que se dá não se tira»
Fátima, 11 out 2024 (Ecclesia) – Pilar Guembe e Carlos Goñi, pedagogos espanhóis e autores do livro “Educar com Filosofia”, enalteceram hoje, no II Congresso Nacional da Escola Católica, em Fátima, o papel da família na sociedade.
“A família é a única instituição que pode salvar a sociedade, porque é a única instituição onde cada indivíduo se torna realmente uma pessoa”, afirmou Pilar Guembe, em declarações à Agência Ecclesia, após a conferência com o título “Elogio da Família: O que se dá não se tira”, com vista o quarto compromisso do Pacto Educativo Global.
Segundo a autora, licenciada em Ciências da Educação, “a família é o único lugar onde cada pessoa é verdadeiramente amada pelo que é e não pelo que faz”.
Na conferência, Carlos Goñi, licenciado e doutorado em Filosofia, lecionando no Ensino Secundário e no Bacherelato na Institució Lleida, em Espanha, defendeu que a sociedade “precisa da família”.
Segundo o docente, a família é a “sede da pessoa” e, por isso, merece todos os “elogios”.
O casal, que se dedica há mais de 30 anos ao ensino, sublinhou a ideia de que é necessário que os filhos errem e destacou a importância de impor limites às crianças.
“Todos os desportos têm limites. Não se pode jogar sem limites, não se pode compreender um jogo sem limites. E a vida também não”, destacou Pilar Guembe à Agência Ecclesia.
A autora referiu que “educar, parafraseando Platão, é ensinar o uso correto da liberdade e essa liberdade tem de ter limites”.
“É dever da família, juntamente com a escola, estabelecer limites claros. Mesmo que as crianças não entendam isso no momento, quando forem adultas ficarão gratas por isso”, frisou.
Perante os participantes, o casal abordou a impotência que os pais sentem diante da tecnologia, com a qual os mais novos já nasceram.
“Estamos a converter os nativos digitais em órfãos digitais”, disse Carlos, acrescentando que pais têm de ensinar filhos a utilizar o telemóvel e a terem autocontrolo.
“O problema dos ecrãs é que encurtam a vida emocional de uma pessoa”, salientou Pilar Guembe à Agência Ecclesia.
A autora realçou que os “emojis significam que não se pode expressar tudo o que se sente”, frisando que “os sentimentos são muito mais importantes e maiores do que aquilo que se pode expressar num emoji”.
“O que os pais e as escolas têm de ensinar é essa forma de tentar expressar os sentimentos, as emoções, para que não fiquem confinados a um ecrã”, enfatizou.
O Centro Pastoral de Paulo VI, em Fátima, acolhe esta quinta e sexta-feira, o II Congresso Nacional da Escola Católica.
Promovido pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), o encontro contabiliza 350 participantes e debruça-se sobre o tema “Identidade e Pacto num mundo global”.
LJ/OC