Sessão de formação reuniu responsáveis católicos e secretário de Estado
Lisboa, 09 jul 2018 (Ecclesia) – A disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) vai integrar as matrizes curriculares-base dos cursos artísticos especializados e dos cursos profissionais, por decisão do Governo.
A novidade surge no Decreto-Lei 55/2018, que estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário e os princípios orientadores da avaliação das aprendizagens.
A EMRC surge como disciplina de oferta obrigatório e frequência facultativa.
O documento cria uma nova área curricular, sob o nome de “Educação para a Cidadania”.
João Costa, secretário de Estado da Educação, reuniu-se em Fátima com responsáveis católicos da EMRC, Escutismo e Pastoral Juvenil, na última sexta-feira, tendo afirmando que nova disciplina “não substitui o dado religioso e moral na escola”, mas pretende “ser abrangente e fazer com que se fale de assuntos fraturantes”:
“No ano passado a experiência da área de cidadania funcionou em piloto em muitas escolas e foi com muito interesse que verificámos que numa grande maioria das escolas a coordenação da cidadania foi dado, pelos pares, ao docente de EMRC. Isto é um reconhecimento da Escola, e dos demais professores, do papel do professor desta disciplina no tratamento destas matérias, fundamentais para a construção do ser humano”, sustentou, numa intervenção divulgada pelo portal EDUCRIS e enviada hoje à Agência ECCLESIA.
‘As questões de género e os desafios pedagógicos em contexto educativo’ foi o tema da sessão que reuniu em Fátima mais de uma centena de agentes educativos da Igreja.
A iniciativa, promovida pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) em parceria com o CNE e a Pastoral Juvenil, pretendeu ser momento de diálogo com o Ministério da Educação.
No início da sessão formativa, D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé justificou o tema escolhido.
“A Igreja, presente no mundo da educação, formal e não formal, tem como missão ajudar neste caminho de respeito pela dignidade de cada um e na educação do ser humano”.
D. Manuel Linda, bispo do Porto, situou os presentes sobre ‘questões de género à luz da antropologia cristã’ e considerou que “a defesa da dignidade de todo o ser humano em qualquer situação” está na base do ser cristão.
“Devemos denunciar sempre discriminações de género, porque isso é a base do próprio ser cristão. Não podemos considerar sequer aceitável ou eticamente desculpável a violência doméstica, por exemplo”.
O bispo do Porto alertou, no entanto, para o perigo da “ideologia de género” num processo educativo.
“A ideologia de género procura, ao longo dos últimos cem anos, alterar todas as nossas conceções das dimensões do humano e do tradicional binómio homem-mulher procurando menosprezar o dado biológico e científico”, precisou.
OC