Superiora geral das Irmãs da Apresentação de Maria apontou desafios de mundo em «constante mutação», na abertura de congresso internacional

Funchal, Madeira, 07 jul 2025 (Ecclesia) – A superiora geral da Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria defendeu hoje, no Funchal, a necessidade de uma “formação integral”, que valorize a dimensão espiritual, falando no congresso que assinala o centenário da presença das religiosas na Madeira.
“É urgente anunciar o Evangelho, promover uma formação integral de qualidade, aberta a todos os ramos do saber, na consciência de que esta missão só é possível se a realizarmos juntos”, disse a irmã Maria dos Anjos Alves.
Falando na sessão de abertura do encontro, a religiosa apontou a um mundo em “constante mutação”, marcado pela “globalização da economia, a mundialização dos mercados, a revolução das novas tecnologias, a massificação da informação, a rapidez com que os fenómenos se sucedem, o flagelo atroz e sangrento das guerras, o desrespeito pelos direitos humanos”.
“Apesar da secularização que reina na nossa sociedade contemporânea, existe uma nova procura da espiritualidade, mas este despertar nem sempre revela o rosto. É urgente dar-lhe um nome, o rosto do amor chama-se Jesus Cristo”, sustentou.
O congresso global ‘Educação, Solidariedade e Evangelização: Da Europa para a Madeira, da Madeira para o Mundo’, que assinala os 100 anos da chegada das Irmãs da Apresentação de Maria à ilha, decorre no Funchal até sexta-feira, com a presença de especialistas e investigadores de 23 países, entre 400 participantes.

“Queremos fazer memória do que foi vivido ao longo destes cem anos, atualizar no hoje da nossa história eventos que permanecem e se renovam, se entrelaçam com sabedoria e delicadeza numa história maior da qual somos protagonistas e herdeiros”, declarou a Madre Maria dos Anjos Alves.
A responsável elogiou a organização de um congresso que, “desde a primeira hora assumiu temas essenciais”.
“Tempos novos, caminhos novos, respostas novas. Educar é uma arte e uma ciência, missão para a qual somos todos convidados. Formar educadores que saibam ser, dialogar, valorizar, elaborar projetos consistentes que transmitem confiança, harmonia, sentido da responsabilidade”, acrescentou.
José Eduardo Franco, presidente da comissão científica do congresso, saudou os presentes e convidou todos a viver “cinco dias de partilha, de debate e de aprofundamento de saber em torno dos três principais eixos da ação desta congregação religiosa: educação, solidariedade e evangelização”.
A temática, acrescentou o docente e investigador da Universidade Aberta, “remete para dimensões fundamentais da edificação do ser humano como ser humano integral.
Já o reitor da Universidade da Madeira, Sílvio Fernandes, aludiu à “experiência singular” da região em relação ao ensino, valorizando o papel das várias congregações e ordens religiosas.
“A Madeira foi sempre um lugar de chegada e partida para o Mundo”, assinalou o responsável académico, que apontou ao impacto da “revolução tecnológica”.
Aa Irmãs da Apresentação de Maria foram fundadas em 1796, por Marie Rivier, e inserem-se “no movimento de renovação da vida consagrada orientada” como “empreendedorismo educativo, social e pastoral de timbre feminino”, assinala o Centro de Estudos Globais, instituição científica promotora do congresso global.
A congregação chegou ao arquipélago pela mão de uma madeirense, Leontina de Ornelas e Vasconcelos, natural de Machico, que emigrou para a Suíça, e viria a assumir o nome religioso de irmã Maria da Santíssima Trindade; atualmente, as Irmãs da Apresentação de Maria estão presentes em 20 países.
PR/OC