Igreja/Ecologia: «Jardim do Papa» vai receber sobreiro português, oferta dos jovens católicos

DNPJ destaca compromisso por «um futuro mais responsável, solidário e sustentável»

Foto: Agência ECCLESIA

Lisboa, 01 out 2025 (Ecclesia) – O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNJP), da Igreja Católica, vai plantar esta sexta-feira um sobreiro no ‘Borgo [bairro] Laudato Si’, da residência pontifícia de Castel Gandolfo, em nome dos jovens portugueses que participaram no Jubileu.

“Este gesto simboliza a continuidade da semente lançada em Lisboa e representa um sinal concreto de cuidado pela Casa Comum, em comunhão com o apelo à ecologia integral do Papa Francisco”, indica uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pelo organismo ligado à Conferencia Episcopal Portuguesa.

A 5 de setembro, Leão XIV inaugurou o ‘Borgo Laudato si’ de Castel Gandolfo, arredores de Roma, um espaço com 35 hectares de jardins e 20 hectares de terras agrícolas, com mais de 3 mil plantas, inspirado na encíclica ecológica e social publicada por Francisco em 2015.

Segundo DNPJ, “a plantação do sobreiro, árvore identitária de Portugal e símbolo de resiliência, expressa a vontade das novas gerações de enraizar no mundo um futuro mais responsável, solidário e sustentável”.

“Os jovens portugueses mostram, uma vez mais, que a ecologia integral não é apenas inspiração: é ação em marcha”, acrescenta a nota.

O organismo católico indica que “o compromisso ecológico assumido na JMJ Lisboa 2023 continua a crescer e a cruzar fronteiras”.

Durante a Jornada, jovens de todo o mundo plantaram mais de 18 500 árvores, gesto que prossegue agora, através do DNPJ, no projeto ‘GIVE BACK – Ecologia Integral’, integrado no percurso do Jubileu 2025.

Com o objetivo de compensar a pegada ecológica das viagens realizadas por 11 527 jovens portugueses ao Jubileu dos Jovens, em Roma, o projeto prevê a plantação de 25 025 árvores autóctones em território nacional. A primeira árvore — uma oliveira — foi plantada a 27 de junho, na inauguração do Parque Papa Francisco, em Loures, dando início a uma ação que une fé, ecologia e responsabilidade perante as gerações futuras.”

A 30 de julho, os jovens portugueses presentes em Roma, para a celebração do Jubileu, lançaram um manifesto conjunto, apelando a uma Igreja mais aberta e comprometida na defesa do ambiente

Os jovens assumem preocupação com a crise ambiental, sublinhando que “a terra é dom, não recurso”.

“Recusamos um estilo de vida que consome sem pensar, que produz sem limites, que vive como se houvesse um planeta de reserva. Cuidar da Casa Comum é amar o futuro, é proteger quem é mais vulnerável, é viver com simplicidade e gratidão”, pode ler-se.

Foto: DNPJ

Simbolicamente, a delegação portuguesa fez-se acompanhar pelo sobreiro que vai ser agora plantado no ‘Borgo Laudato Si’, criado pelo Papa Francisco na residência pontifícia de Castel Gandolfo.

“Temos o objetivo de plantar 25 mil e 25 árvores para devolvermos à natureza a nossa pegada de CO2 e é um projeto que começou, também na Jornada Mundial da Juventude [2023], onde foram plantadas mais de 18 mil árvores. Queremos que este legado da Jornada Mundial da Juventude continue”, refere à Agência ECCLESIA o diretor do DNPJ, Pedro Carvalho.

O Vaticano promove entre hoje e sexta-feira a conferência internacional ‘Raising Hope for Climate Justice’, (Gerando Esperança pela Justiça Climática), que vai decorrer em Castel Gandolfo.

A iniciativa assinala a décimo aniversário da encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, visando promover “uma resposta global à crise climática e ecológica a partir das perspetivas da fé, da política e da sociedade civil”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

O evento conta com a presença do Papa Leão XIV, ao lado de outros líderes como a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, e o ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, além de bispos, funcionários de agências internacionais, líderes indígenas, especialistas em clima e biodiversidade e representantes da sociedade civil.

Ao longo de três dias, a conferência inclui palestras, painéis de discussão, momentos espirituais e eventos culturais que destacarão tanto o progresso alcançado desde a ‘Laudato Si’ quanto as medidas urgentes necessárias antes da COP30 no Brasil.

Cerca de mil pessoas são esperadas para a abertura, presidida pelo Papa Leão XIV, esta quarta-feira, e 500 delegados convidados participam nas sessões de trabalho dos dias 2 e 3 de outubro.

Esta conferência internacional coincide com o final do ‘Tempo da Criação’ 2025, que decorre de 1 de setembro (o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação) a 4 de outubro (festa litúrgica de São Francisco de Assis), este ano com o tema ‘Paz com a Criação’.

CB/OC

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