Igreja: «É preciso mudar de vida», afirmou D. Antonino Dias, salientando que sociedade «precisa de saber, de ouvir e de por em prática» a mensagem de Fátima

Bispo de Portalegre-Castelo-Branco, presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de junho, celebra, esta quinta-feira, 50 anos de ordenação sacerdotal

Foto Agência ECCLESIA/Arlindo Homem

Fátima, 13 de jun 2024 (Ecclesia) – D. Antonino Dias, presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de junho ao Santuário de Fátima, afirmou que a mensagem de Nossa Senhora é o que “mais o tempo” hoje “precisa de saber, de ouvir e de por em prática”.

“Vir a Fátima é deixar ecoar no silêncio de nós mesmos a mensagem da Senhora, é ponderar no coração tudo quanto ela nos disse e pediu, para agirmos em conformidade. Sem conversão vir a Fátima e regressar a casa pelo mesmo caminho, então Fátima não será Fátima”, disse o bispo de Portalegre-Castelo-Branco, na homilia proferida, esta quinta-feira, no recinto de oração do santuário mariano da Cova da Iria.

D. Antonino Dias explicou que Fátima, em primeiro lugar, “não é um muro de lamentações e dor”, mas acolhe e abraça “muita dor e lamentação”, porque “Fátima é festa”, a festa de perdão e misericórdia, de conversão e mudança de vida, a “festa de peregrinos na esperança”.

“Ninguém vem a Fátima para celebrar a festa da dor e do sofrimento sem sentido. Vimos para celebrar a festa da fé que dá sentido à dor e ao sofrimento”, afirmou.

“Sabemos que para muita gente a mensagem de Fátima não faz sentido, é a mais estranha das ideias, no entanto, constitui aquilo que mais o nosso tempo precisa de saber, de ouvir e de por em prática: É preciso mudar de vida.”

Foto Agência ECCLESIA/Arlindo Homem

A Peregrinação Internacional Aniversária de junho celebra a segunda aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos – Francisco e Jacinta Marto e Lúcia, a 13 de junho de 1917; o Santuário de Fátima recorda que “a Senhora mais brilhante que o Sol” insistiu na oração do Rosário e anunciou a vontade de Deus em estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

O presidente da celebração destacou que Nossa Senhora em Fátima fez apelos que “nunca é demais recordá-los” – “apelou à oração, ao sacrifício reparador e à emenda de vida – e fez “três pedidos concretos” relacionados com a devoção ao seu Imaculado Coração: “a oração quotidiana do Terço, a devoção dos cinco primeiros sábados, e a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração”.

“Rússia é o símbolo de muitas guerras que nos cercam e das quais precisamos de conseguir o fim também com oração e sacrifício; Rússia representa também todas as guerras que a natureza humana tem de travar com todos os seus inimigos da alma, sintetizados habitualmente na trilogia: mundo, demónio e carne”, desenvolveu.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco, que celebra neste 13 de junho de 2024 os 50 anos da sua ordenação sacerdotal, explicou que Nossa Senhora na Cova da Iria falou da “dor de Deus”: “de Deus que é preciso consolar, de Deus que está muito ofendido. Veio dizer-nos que a causa desta dor de Deus é o pecado e o sofrimento dos homens”.

Foto Agência ECCLESIA/Arlindo Homem

No final da celebração, após a bênção dos objetos religiosos, o bispo de Leiria-Fátima agradeceu a presença de todas as pessoas presentes, lembrando que a Peregrinação do 13 de junho tem como tema ‘Fomos chamados ao encontro’.

“Vós respondestes a esta chamada. Às vezes, somos nós que sentimos esse desejo, outras vezes é Deus, mas é sempre ele que guia a nossa vida, que nos conduz até ele. Encontram-nos com Jesus na sua palavra, no partir do pão, na comunidade dos irmãos”, acrescentou.

Neste contexto, D. José Ornelas salientou que foi um encontro também que “faz Igreja” e é esse encontro que levam também no coração, desejando a que tenha sido “simplesmente algo que aconteceu na vida” de cada pessoa.

“Mas um encontro que fez acontecer algo na nossa vida. Que o Senhor nos leve a ser pessoas que provocam e fazem encontros: Encontros da conciliação, encontros de compaixão, encontros de atenção a quem precisa, encontros que geram paz, harmonia e nos ajudam a sonhar juntos, uma família melhor, uma Igreja melhor, um mundo melhor”, desenvolveu o bispo de Leiria-Fátima.

No início da celebração, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, leu uma mensagem do Papa Francisco para os Servitas, unindo-se ao “ao hino de ação de graças que elevam a Deus”, pelo primeiro centenário que celebraram esta quarta-feira.

A Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima nasceu há 100 anos, no dia 12 de junho de 1924, o Papa “concedeu nesta efeméride jubilar a bênção apostólica”, na mensagem assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.

O Santuário de Fátima informou que a Cova da Iria recebe, para o 13 de junho, 43 grupos organizados de peregrinos, oriundos de 19 países: Portugal, Alemanha, Austrália, Áustria, Benim, China, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Irlanda, Itália, Polónia, Reino Unido, e República Dominicana.

O programa deste dia 13 contou com a recitação do Rosário, às 09h00, na Capelinha das Aparições, antes da Eucaristia no altar do recinto de oração, que incluiu o momento de Bênção aos doentes e terminou com a ‘Procissão do Adeus’.

CB

 

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