Bispo e entidades oficiais locais estudam formas de cooperação O bispo do Funchal, D. António Carrilho, reuniu-se com o director regional de Administração Pública do Porto Santo e com o executivo camarário. Os encontros tiveram em vista estudar possibilidades de cooperação para resolver os problemas da população. O bispo do Funchal manteve, ontem, encontros com o director regional de Administração Pública do Porto Santo, Jocelino Velosa, e com o executivo municipal da ilha (incluindo a vereadora da oposição), no âmbito da Visita Pastoral que está a efectuar ao longo desta semana. As reuniões, além de terem servido para D. António Carrilho ter-se inteirado da realidade local, serviram para, conjuntamente, a Igreja e as entidades governativas estudarem possibilidades de cooperação para encontrar as melhores soluções para resolver os problemas que afectam a população. Segundo afirmou o prelado diocesano, “uma das preocupações da Igreja é a resposta aos problemas das pessoas e isso hoje passa não apenas pela boa vontade ou pela assistência dos particulares, mas tem também de envolver as instituições públicas e quem estiver com capacidade para colaborar nessa resposta”. De acordo com o responsável máximo pela Igreja Católica na Madeira, quando estão em causa os problemas das pessoas “é bom que se congreguem esforços no sentido de encontrar as melhores soluções”, daí que “nestes encontros tenha havido a preocupação de conhecer a realidade local, os problemas humanos e sociais e os projectos que estão em curso e ao mesmo tempo darmo-nos conta de possibilidades de cooperação naquilo que seja o melhor bem para a população”. No entanto, D. António Carrilho lembra que não basta apenas corresponder às carências actuais. No seu entender, as formas de cooperação a ser encontradas têm de passar igualmente por encontrar novos projectos e novas soluções para o futuro. No final do segundo dia de trabalhos, o bispo do Funchal mostra-se visivelmente satisfeito com as reuniões que tem mantido e com as informações que tem obtido. “Como é a primeira vez que venho ao Porto Santo inteirar-me da realidade local e das perspectivas de resposta em termos de desenvolvimento global, humano, social e religioso, estes encontros estão a ser imensamente importantes para mim”, sublinhou. Por seu turno, o presidente da edilidade local, Roberto Silva, mostrou-se agradado com o encontro, salientando que “o senhor bispo é uma pessoa extremamente dialogante, interessada e, acima de tudo, com bastante conhecimento sobre a ilha, mas querendo saber sempre mais”. Bispo quer promover encontro de alunos de EMR Os alunos lançaram o repto e desde logo a ideia agradou a D. António Carrilho. De visita à Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos e secundária do Porto Santo, no âmbito da Visita Pastoral que está a efectuar pela ilha, os alunos perguntaram-lhe se já tinha pensado em promover um encontro dos alunos da disciplina de Educação Moral e Religiosa. A questão obteve resposta de imediato, tendo o bispo do Funchal referido que este é um dos seus objectivos. Isso mesmo veio a confirmar, mais tarde. “Já tinha essa intenção. Não digo que seja para muito breve, para este ano lectivo, mas será uma das minhas preocupações, porque acho que é importante para os jovens conviverem e entrarem em contacto com outros jovens que fazem opções semelhantes”. O prelado diocesano disse que oportunamente se verá da viabilidade da realização do encontro e se programará o mesmo. D. António Carrilho desmistificou o facto de muitas pessoas pensarem que o número de alunos desta disciplina é reduzido. “Há muitos”, disse, acrescentando que “gostaria de lhes proporcionar um encontro com o bispo e com os seus colegas”. Durante a visita a este estabelecimento de ensino, o bispo do Funchal foi bem recebido, quer pelos professores, como pelos funcionários e alunos. Perante uma sala cheia, lembrou que também foi professor durante sete anos e que, por isso, mantém uma relação muito especial com a escola, espaço que diz ser importante do ponto de vista da aprendizagem dos valores para a vida. Ali, foi também surpreendido com a apresentação do resultado de um inquérito feito aos alunos acerca das funções de um bispo. Algumas das respostas arrancaram mesmo sonoras gargalhadas de D. António Carrilho, que depois explicou qual é o seu papel. Do programa constou ainda a visita à Escola Básica do Campo de Baixo e ao Externato de Nossa Senhora da Conceição, onde inclusivamente recebeu abraços das crianças. A manhã culminou com uma visita ao Centro de Saúde, para conhecer as instalações, mas também para contactar com os doentes que ali se encontravam. A estes, o prelado diocesano transmitiu palavras de apoio. “Para o doentes que estão em muito sofrimento, uma palavra, um gesto é sempre uma ajuda espiritual. É um conforto que só quem não está doente é que poderá não lhe dar valor, porque de resto os doentes carecem muito deste apoio e desta ajuda”, sublinhou, acrescentando que “as doenças não são só físicas nem se curam apenas com injecções ou comprimidos”. Mais do que isso, concluiu, “a palavra, a presença e todo o apoio espiritual são fundamentais”. O dia terminou com a celebração da Eucaristia na capela de São Pedro.