Igreja diz que a democracia está em perigo na Venezuela

A Conferência Episcopal da Venezuela emitiu um comunicado, por ocasião da Semana Santa, intitulado «Reencontro com Deus e com o próximo», referindo que o sistema democrático está em risco e que se está a promover um ambiente de “extrema polarização política” e a “exclusão por causas ideológicas”. Para a CEV, estes factores e a crescente concentração de poder no executivo, “deterioram o Estado de Direito, despojam as instâncias nacionais, regionais e municipais da sua legítima autonomia e põem em grave risco de colapso o sistema democrático”. Por tudo isso, os bispos venezuelanos exortam a todas as autoridades “a deixarem-se interpelar pelos clamores dos diversos sectores da nossa sociedade, a pedirem a Deus que os ajude a exercer as suas graves responsabilidades com justiça, liberdade de consciência, honestidade e transparência”. Os bispos recordam que a Semana Santa “é um tempo extraordinário de renovação espiritual que nos convida a assumir com maior convicção os valores da vida cristã que são fundamentais para construir a convivência entre todos os habitantes da Venezuela”. Nesse contexto, dizem sentir-se profundamente preocupados pela forma “como a violência e a insegurança se apoderaram de todo o território nacional, derramando o sangue inocente do nosso povo”. Cerca de 16 mil pessoas morrem todos os anos no país, na sequência de actos de violência. Apesar das medidas adoptadas, sublinham os Bispos, “a quadrilha, os sequestradores, os assassinos, os narcotraficantes e os contrabandistas continuam a actuar impunemente”. Em resposta, o governo acusou a Igreja de servir “vozes extremistas”: “Um novo comunicado dos hierarcas da Igreja Católica venezuelana soma-se às vozes extremistas que tentam gerar um clima de instabilidade no país”.

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