Igreja discute situação das crianças por baptizar

Assembleia plenária da Comissão Teológica Internacional Qual é o destino das crianças que morrem por baptizar? Ao longo dos séculos muitas foram as respostas apresentadas pelos teólogos católicos, a mais famosa das quais a do Limbo, defendida desde Santo Agostinho. Segundo esta teoria, em virtude do pecado original, as crianças que morrem sem o Baptismo estariam privadas da plena felicidade dos eleitos pela visão de Deus, face a face, mas gozando de uma felicidade natural. Esta questão volta a estar em cima da mesa, desde hoje e até sexta-feira, na Assembleia plenária da Comissão Teológica Internacional, organismo que reúne alguns dos teólogos mais prestigiados de todo o mundo, sob a presidência do Cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O jesuíta Luis Ladaria, secretário-geral da Comissão, dirigirá os trabalhos da Assembleia. De acordo com o programa estabelecido para este quinquénio (2004-2008), os presentes prosseguirão a discussão sobre o projecto de Documento relativo “ao destino das crianças que morrem sem Baptismo, no contexto do desígnio salvífico universal de Deus”, como refere um comunicado publicado pela Santa Sé. A ideia do Limbo, concebida para salvaguardar a necessidade do Baptismo para a salvação, nunca chegou a ser considerada pela Igreja como verdade de fé, e o novo Catecismo da Igreja Católica (1261) nem sequer se lhe refere. A Igreja confia o destino destas crianças à misericórdia de Deus e até lhes reserva para o funeral um ritual próprio (cf. Celebração das Exéquias, cap. VIII). Outros temas que estarão em discussão são a “mediação de Cristo e a sacramentalidade da Igreja em ordem à salvação”, para além da análise aos fundamentos da “lei moral natural”.

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