Igreja: Discurso sobre vocação e profissão tem de ser mais claro, diz responsável da Cúria Romana

Secretário para os Seminários da Congregação para o Clero assina texto no Semanário ECCLESIA

Lisboa, 17 abr 2015 (Ecclesia) – O secretário para os Seminários da Congregação para o Clero defendeu que a Igreja Católica tem de clarificar o seu discurso sobre a “vocação” e ajudar os jovens a mudar a conceção de “profissão”.

Em artigo publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, D. Jorge Carlos Patrón Wong convida os responsáveis católicos a promover uma “pedagogia da vida como vocação” para “apresentar com clareza as vocações específicas: sacerdotal, à vida consagrada ou a laical”.

O texto assinala ainda a importância de modificar a interpretação do termo “profissão”, para que o trabalho não seja “visto como uma carga, mas sim como um privilégio”.

Nesse sentido, precisa o responsável da Cúria Romana, os organismos da Igreja devem “oferecer aos estudantes universitários e aos profissionais uma catequese suficiente a respeito da sua vocação laical e da profunda conexão que deve existir entre a vocação e o exercício profissional”.

O trabalho neste setor deve ainda “propor aos estudantes pré-universitários uma catequese vocacional completa, que inclua o sentido da vocação e da profissão, e a integração entre ambas, de modo que possam aproximar-se de um discernimento vocacional mais autêntico”.

A Igreja Católica em Portugal vai promover de 19 a 26 de abril uma semana de oração pelas vocações, com o tema ‘Caminho de Beleza. Seguir Jesus, vocação e santidade’.

D. Jorge Carlos Patrón Wong precisa que a vocação se refere a uma realidade diferente face à profissão, porque “pressupõe um diálogo entre quem chama e quem é enviado”.

“Para o cristão, a vocação é o fim e a profissão é um meio em função deste fim. Uma reta vivência da vocação exige uma grande qualidade profissional, pois, como poderá transformar o mundo segundo o desígnio de Deus quem é incompetente no exercício da própria profissão?”, prossegue o responsável.

O secretário para os Seminários da Congregação para o Clero questiona quem não tem “ética profissional”, sem sentido de “serviço”.

“Quem ignorar a sua própria identidade vocacional, acabará por não estabelecer qualquer vínculo entre vocação e profissão”, observa.

O arcebispo mexicano assinala, por outro lado, que no âmbito das “vocações de especial consagração” nem sempre existe uma “justa valorização do trabalho”.

“Nós sacerdotes e pessoas consagradas, temos muito que aprender com os profissionais autênticos e não nos faria mal uma formação mais cuidadosa sobre o profissionalismo no exercício do serviço ministerial”, conclui.

OC

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