Mais de 21 milhões de pessoas «necessitam urgentemente de assistência humanitária»

Paris, 30 out 2025 (Ecclesia) – A ‘Caritas Internationalis’ apelou hoje a uma “ação urgente e à solidariedade internacional” para enfrentar a “crise humanitária devastadora” na República Democrática do Congo (RDC) e nos países vizinhos.
“Mais de 21 milhões de pessoas necessitam urgentemente de assistência humanitária”, indica a Cáritas, citando estimativas da ONU e de ONG no país.
Segundo a confederação internacional, “devido aos cortes globais, apenas 6,8 milhões são abrangidas pelo Plano de Resposta Humanitária revisto das Nações Unidas para a RDC”.
O comunicado é divulgado por ocasião da conferência promovida em Paris, sobre o processo de paz e prosperidade na região dos Grandes Lagos, evento organizado em parceria com o Togo, mediador da União Africana.
A Igreja Católica e a Cáritas local estão presentes em todas as províncias da RDC, gerindo mais de 40% das instalações de saúde, 60% das escolas primárias e 80% das escolas aprovadas pelo Estado.
Reduzir a ajuda hoje significa condenar milhões de congoleses à fome, à doença e à morte evitável”, alerta a Cáritas Congo.
No leste do país, devastado pela violência, escolas e hospitais transformaram-se em abrigos para deslocados internos.
“As organizações diocesanas da Cáritas foram das primeiras a acolher estas pessoas, distribuindo refeições quentes, abrigo e outros apoios no valor de mais de 3,5 milhões de dólares”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

Desde o início do ano, o financiamento internacional para a saúde, segurança alimentar e programas essenciais caiu cerca de 60%, o que ameaça o fornecimento de medicamentos vitais para o tratamento do VIH, tuberculose e malária.
“Esta escassez está a ter um impacto direto nos esforços para garantir a saúde e a sobrevivência de milhares de pessoas, levando a um aumento das mortes evitáveis por malária, complicações obstétricas e doenças infeciosas”, alerta a Cáritas.
O secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’, Alistair Dutton, qualificou os cortes na ajuda global como “uma crise provocada pelo homem”, com “efeitos devastadores” em países já fragilizados por décadas de conflitos, catástrofes naturais e pandemias.
“A comunidade internacional deve intensificar os seus esforços e fornecer o financiamento urgentemente necessário para substituir o dinheiro cortado nas recentes reduções da ajuda”, afirmou.
A Cáritas exorta os doadores internacionais a “agir com urgência”, libertando fundos para manter programas essenciais e não esquecer a crise humanitária no oeste da RDC, “menos visível, mas igualmente grave”.
OC
