Igreja: Diálogo e abertura são pedidos do Papa Francisco ao Movimento Focolares

Assembleia-geral, que termina domingo, elegeu Margaret Karram, sucedendo a Maria Voce

Cidade do Vaticano, 06 fev 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos participantes na Assembleia-geral do Movimento dos Focolares, um empenho no diálogo e abertura da Igreja para todos.

O Papa pediu “fidelidade dinâmica” que não esmorece perante a “queda numérica” e que mantém vivo o “carisma fundador”: um compromisso de “permanecer fiel à fonte original, esforçando-se para repensá-la e expressá-la em diálogo com as novas situações sociais e culturais”, pode ler-se no discurso de Francisco disponibilizado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

A audiência aconteceu no âmbito da Assembleia, que termina este domingo, que elegeu a nova presidente do Movimento, Margaret Karram, sucedendo a Maria Voce, responsável pelos Focolares nos últimos 12 anos.

A abertura a “diferentes contextos culturais, sociais e religiosos” foi sublinhada pelo Papa que indicou a necessidade de levar o Evangelho a todos, “não como proselitismo”, mas como novidade para a humanidade em “todos os lugares e tempos”.

Nas palavras aos participantes na Assembleia, Francisco afirmou ainda que a abertura e diálogo são um caminho para evitar a “autorreferencialidade”.

“Isto é o que esperamos para toda a Igreja: ter cuidado com o fechar-se em si mesma, o que sempre leva a defender a instituição em detrimento das pessoas, e que também pode levar a justificar ou encobrir formas de abuso, com tanta dor que temos descoberto e experimentado nos últimos anos”, reconheceu.

Enfrentar “com coragem e verdade” os diferentes problemas e seguir as “indicações da Igreja, que é verdadeira Mãe, e respondendo às exigências da justiça e da caridade”, apontou.

O Papa convidou a olhar para as crises como forma de crescimento, como “bênçãos, para a vida das pessoas e também para a vida das instituições”.

“A crise é uma oportunidade para uma nova maturidade; é um tempo do Espírito, que desperta a necessidade de atualizar, sem desanimar diante da complexidade humana e de suas contradições. Hoje em dia, há muita ênfase na importância da resiliência diante das dificuldades, ou seja, a capacidade de enfrentá-las positivamente, tirando delas oportunidades”, explicou.

O Papa alertou para a importância de manter a organização institucional numa esfera diferente da “espera da consciência individual”.

“A mistura da esfera de governo e da esfera de consciência dá origem aos abusos de poder e de outros dos quais fomos testemunhas”, indicou.

Francisco sublinhou ainda o “caminho de proximidade” como aquele que pode alcançar “todas as condições humanas”, os “pobres e os últimos”, trabalhando a favor da “promoção da justiça e da paz”.

Margaret Karram é católica, nascida em Haifa, Israel, oriunda de uma família de origem palestina e que, em Roma, foi conselheira do Movimento “para o diálogo entre instituições eclesiásticas, associações, grupos e movimentos, nascidos de carismas antigos e novos na Igreja Católica, colaborando ativamente para uma maior comunhão entre todos”.

LS

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Agência ECCLESIA

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