Igreja/Desporto: «Temos de levar fraternidade a um meio tão marcado por ruídos e escândalos» – Padre Marco Gil

Sacerdote de Braga é capitão da seleção que este ano se sagrou vice-campeã da Europa na Clericus Cup

Lisboa, 09 fev 2018 (Ecclesia) – A seleção nacional de futsal dos padres portugueses sagrou-se vice-campeã da Europa, depois de ficar em segundo lugar na edição deste ano da Clericus Cup que decorreu em Brescia, na Itália, e foi conquistada pela Polónia.

Os sacerdotes portugueses chegaram à Lombardia em busca do tetracampeonato, depois de terem arrecadado o troféu nas três anteriores edições, mas na final a equipa polaca revelou-se mais eficaz e venceu por 1-0.

Em entrevista hoje à Agência ECCLESIA, o capitão da seleção portuguesa, o padre Marco Gil, salientou que apesar da derrota, o balanço é positivo tendo em conta a competitividade do evento, que tem aumentado de forma “significativa”.

“Cada vez mais se nota o esforço e a dedicação por parte das outras seleções”, referiu o sacerdote, dando como exemplo a própria Polónia, que “no ano passado nem sequer ficou no pódio”.

“O grande objetivo que tínhamos era chegar à final, o que foi conseguido. Naturalmente, como alguém disse, as finais são para ganhar mas desta vez não foi possível. Temos também de dar mérito à Polónia”, reconheceu o padre Marco Gil.

Este ano participaram no torneio 16 equipas, compostas por mais de 200 sacerdotes de várias dioceses da Europa.

Para o padre Marco Gil, a grande mais-valia da Clericus Cup está na forma como potencia o “convívio” entre sacerdotes, entre pessoas de várias realidades diferentes.

Uma competição que permite também à Igreja Católica deixar um “testemunho” de “fraternidade”, num meio desportivo que hoje é tão marcado por “ruídos e escândalos”.

“Se não formos nós a carregar um bocadinho esta bandeira, estamos à espera de quem? O desporto, quando é vivido de forma salutar, deixa sempre uma imagem positiva, porque congrega, junta as pessoas”, frisou o capitão da seleção das quinas.

Atualmente em missão na paróquia de São Mamede do Arcozelo, na Arquidiocese de Braga, o padre Marco Gil realçou ainda a importância de iniciativas deste género para ajudar a mostrar às pessoas “o lado humano” dos sacerdotes, “a questão social”.

“Que as pessoas sintam que, além do padre e do pároco, está diante delas uma pessoa, com os seus gostos, com as suas apetências, com aquilo que a alegra. Neste caso é o futebol, mas temos colegas que praticam outros desportos, como o atletismo e o ciclismo”, sustentou o sacerdote.

Na caminhada até à final, os padres portugueses derrotaram a seleção da casa, a Itália, por 2-0; golearam o Cazaquistão por 8-0 e levaram a melhor sobre a Bósnia por 1-0.

A única derrota na primeira fase aconteceu frente à Hungria, por 2-0.

Para chegar ao jogo decisivo, a seleção nacional de futsal dos padres portugueses ultrapassou ainda nas meias-finais a Eslovénia por 4-0.

Mas acabaria depois por não conseguiu levar a melhor sobre a congénere da Polónia.

Já com o olhar no futuro, o padre Marco Gil não manda a toalha ao chão e já antevê novas conquistas para a seleção portuguesa.

“Ficámos em segundo lugar mas fica já também esta esperança de que no próximo ano, com este espírito, com esta dedicação, com esta entrega, nós alcançaremos aquilo que ambicionamos”, concluiu.

JCP

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Agência ECCLESIA

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