Igreja/Desporto: Jogos Olímpicos e Paraolímpicos «podem ser estratégias para a paz», destaca «Athletica Vaticana»

Equipa do Vaticano partilha «o abraço mais fraterno» com as pessoas que vivem realidades difíceis, «entre guerras, pobreza, injustiça, tensões e medo»

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 25 jul 2024 (Ecclesia) – A associação desportiva do Vaticano dirigiu uma carta aos atletas que vão participar nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris 2024, destacando a importância da prática desportiva como mensagem de paz.

“Amigo atleta, com a beleza e a justiça do gesto desportivo de cada um, e sem jamais recorrer a atalhos – uma derrota limpa é sempre melhor do que uma vitória suja -, os Jogos podem ser oportunidades de esperança, nas pequenas e grandes questões de cada um e da humanidade”, escreve a ‘Athletica Vaticana’, num texto divulgado pelo portal de notícias ‘Vatican News’.

A associação polidesportiva do Vaticano afirma que os Jogos Olímpicos, que decorrem em Paris, de 26 de julho a 11 de agosto, e os Jogos Paraolímpicos 2024, de 28 de agosto a 8 de setembro, podem ser “estratégias para a paz e antídotos para os jogos de guerra”.

“Para vencermos, juntos, a medalha da fraternidade”, acrescenta a carta ‘Jogos da Paz’, a qual lembra que o desporto “não é apenas vitória ou derrota, o desporto é uma jornada pela vida que nunca se faz sozinho”.

Os atletas, em Paris, tentam “incorporar” os verdadeiros valores do desporto – “paixão, inclusão, fraternidade, espírito de equipa, lealdade, redenção, compromisso e sacrifício” –, mulheres e homens que não conseguem deter a ‘terceira guerra mundial em pedaços’, mas “sugerem a possibilidade de uma humanidade mais fraterna”, através da “linguagem do diálogo desportivo, popular e compreensível para todos”.

A ‘Athletica Vaticana’ lembra aos atletas olímpicos que “ninguém está sozinho” na experiência e no ato do desporto, porque “há sempre uma equipa, uma família, uma comunidade”, e, em Paris 2024, cada atleta olímpico está prestes a “viver o sonho que vem construindo desde a infância, “é a “grande oportunidade” que chega depois de tê-la planeado, preparado e esperado “muito tempo”.

“Uma oportunidade que não deve ser desperdiçada, tanto do ponto de vista humano quanto desportivo”, salienta, lembrando que o ‘coach [professor] Papa Francisco’ “propõe sempre, mesmo no nível mais alto”, e mesmo nos Jogos Olímpicos, “faz a diferença manter o espírito ‘amador’ de gratuidade”.

“Aquele estilo de simplicidade que freia a busca desmedida por dinheiro e sucesso ‘a todo custo’, sob o risco de sobrecarregar tudo em nome do lucro, fazendo com que as pessoas percam a alegria que as atrai para a paixão desportiva desde a mais tenra idade”, acrescenta.

A associação polidesportiva do Vaticano indica que, ao “ritmo dos últimos”, o abraço mais fraterno é para todos aqueles que “vivem todos os dias – também tentando se agarrar à esperança que o desporto dá – realidades difíceis, entre guerras, pobreza, injustiça, tensões e medo”, e reforça o apelo do Papa Francisco “por uma trégua olímpica”.

“Seguindo a antiga tradição, desejo que os Jogos Olímpicos sejam uma ocasião para estabelecer uma trégua nas guerras, mostrando uma vontade sincera de paz”, declarou o Papa, este domingo, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.

Na carta ‘Jogos da paz’, a equipa do Vaticano salienta que JO Paris 2024 e os Jogos Paraolímpicos vão ser com o estilo ‘Juntos’, lembrando que o Comité Olímpico Internacional acrescentou a palavra ‘Juntos – Communiter’ ao lema olímpico ‘Mais rápido, mais alto, mais forte’, há três anos, nos Jogos de Tóquio, em 2020.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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