Igreja despediu-se de D. António Marcelino

Funeral do bispo emérito de Aveiro evocou a sua «ousadia profética»

Aveiro, 11 out 2013 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro presidiu hoje na catedral diocesano o funeral de D. António Marcelino, seu predecessor, que faleceu esta quarta-feira aos 83 anos, evocando a sua “ousadia profética” e “paixão apostólica”.

D. António Francisco dos Santos falou do bispo emérito como um homem “apaixonado pela Igreja” que promoveu “uma leitura atual” dos chamados “sinais dos tempos”.

“Paladino deste mundo novo”, acrescentou, D. António Marcelino “sentiu sempre a fortaleza dos profetas de Deus”.

O bispo declarou que a Diocese de Aveiro, que celebra os 75 anos da sua restauração, deve muito do que é hoje à entrega do falecido prelado, que “se deu com amor e fez da sua vida uma escola de dádiva”.

“Nele se manifestaram a intensidade e a energia de uma vida sem cansaço”, prosseguiu.

Após o funeral, o cortejo fúnebre segue para o cemitério central de Aveiro, onde o corpo é sepultado no jazigo da diocese.

“Obrigado D. António, em nome de Aveiro, em nome deste país”, disse D. António Francisco dos Santos, no fim da celebração, perante dezenas de membros do clero e a maioria dos bispos portugueses, incluindo o patriarca emérito de Lisboa, cardeal José Policarpo, o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé), D. Rino Passigato, e o presidente da conferência episcopal, D. Manuel Clemente.

D. Rino Passigato leu uma mensagem enviada à diocese em nome do Papa, com as suas condolências, destacando o “serviço à comunidade” do falecido bispo.

D. António Marcelino foi nomeado bispo coadjutor da Diocese de Aveiro em 1980, tendo sido bispo residencial de 20 de janeiro de 1988 a 21 de setembro de 2006, quando foi substituído por D. António Francisco dos Santos.

Natural de Castelo Branco, onde nasceu a 21 de setembro de 1930, D. António Marcelino foi ordenado padre em 1955 e bispo (auxiliar do Patriarcado de Lisboa) em 1975.

O tema da renovação da Igreja mereceu recorrentes reflexões por parte do falecido bispo, em textos de opinião publicados na Agência ECCLESIA.

O último artigo foi publicado a título póstumo na edição de quinta-feira do semanário digital, com uma reflexão sobre o ensino em Portugal, na qual se apela a “romper o muro do sectarismo e dos interesses partidários e corporativos, para que a democracia se afirme”.

D. António Marcelino foi vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) entre 1999 e 2005, participando no Sínodo dos Bispos sobre a Europa em 1991 e em 1999; presidiu à visita dos bispos de Portugal ao Vaticano, em 1999.

Na Diocese de Aveiro, criou o Instituto de Ciências Religiosas e promoveu um Sínodo de 1990 a 1995, entre outras iniciativas.

O prelado foi presidente das comissões episcopais da CEP para as Comunicações Sociais – onde esteve na origem do programa «70×7» -, a Ação Social, a Família e o Apostolado dos Leigos.

O falecido bispo assinou ainda os livros ‘Pedaços de vida que geram vida’ e ‘A vida também se lê’.

PR/OC

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