Francisco, no livro «Jogos de Paz», incentiva que seja aceite a trégua proposta pelas Nações Unidas
Cidade do Vaticano, 13 jun 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirma que as “Olimpíadas e as Paraolimpíadas são oportunidades para a paz”, no prefácio do novo livro ‘Jogos de Paz – A alma das Olimpíadas e Paraolimpíadas’, que foi divulgado esta quinta-feira, dia 13 de junho.
“Hoje a minha esperança é que o apelo por uma trégua desencadeada pela linguagem popular olímpica comum, compreensível para todos, em todas as latitudes, possa ser aceite”, escreve o Papa, divulgou o portal online ‘Vatican News’.
Paris, a capital da França, vai receber os Jogos Olímpicos 2024, de 26 de julho a 11 de agosto, e os Jogos Paralímpicos 2024, de 28 de agosto a 8 de setembro, que “são uma oportunidade para a paz”, num “momento histórico particularmente sombrio” do mundo, salienta Francisco, no início do prefácio do livro ‘Jogos de Paz – A alma das Olimpíadas e Paraolimpíadas’, de Vincenzo Parrinello.
O Papa incentiva que seja aceite a trégua olímpica proposta pela ONU – Organização das Nações Unidas, começar uma semana antes do início dos Jogos Olímpicos de Paris e terminar uma semana após o encerramento dos Jogos Paralímpicos.
Francisco acredita que o “autêntico espírito olímpico e paralímpico” com as suas “histórias humanas de redenção e fraternidade” possa ser um “canal diplomático original” e um “antídoto” para pôr fim à violência e à guerra.
Em 2021, o Comité Olímpico Internacional acrescentou a palavra ‘juntos’ (‘Communiter’) ao lema olímpico: ‘Citius, altius, fortius’ (“Mais rápido, mais alto, mais forte”).
“Olimpíadas e Paraolimpíadas, portanto, com o estilo ‘Communiter’: nessa perspectiva, a palavra-chave para o desporto, hoje mais do que nunca, é ‘proximidade’. É a primeira sugestão que, como ‘treinador do coração’, sempre proponho à Athletica Vaticana para delinear a essência da sua presença de compartilhamento: correr, pedalar ou jogar junto com todos os desportistas”, desenvolveu o Papa.
Francisco salientou que quando se pratica desporto juntos, “não importa a proveniência, o idioma ou a cultura ou a religião de uma pessoa”, assinalando a importância de colocar “diferentes talentos” juntos para também “construir uma sociedade melhor, mais justa”.
“Isso também é uma lição para as nossas vidas e lembra-nos da fraternidade entre as pessoas, independentemente de suas habilidades físicas, económicas ou sociais”, acrescentou.
O Papa refere também que pessoalmente, como a Santa Sé, “encorajam e apoiam o movimento olímpico e paralímpico” com a “proximidade” através do Dicastério para a Cultura e a Educação e a ‘Athletica Vaticana’, por exemplo.
Um incentivo que remonta a época de São Pio X, termina o Papa, que “recebeu Pierre de Coubertin e deu vida no Vaticano, entre 1905 e 1913, a eventos desportivos internacionais com a participação de jovens com deficiência, amputados e cegos”.
Neste contexto, Francisco realçou a importância de garantir “a mesma dignidade” a todos os atletas olímpicos e paraolímpicos, e destacou a prestação de atletas com deficiência que o deixam sempre impressionado, “embora fortemente feridos na vida”, mas também os atletas refugiados com as suas experiências de redenção, como da “nadadora olímpica síria que empurra o bote em mar aberto até a ilha de Lesbos salvando 18 pessoas”, onde o Papa visitou o campo de refugiados, em 2016 e em 2021.
O portal de notícias online do Vaticano, ‘Vatican News’, informa que o livro ‘Jogos de Paz – A alma das Olimpíadas e Paralimpíadas’ está disponível nas livrarias a partir desta quinta-feira, dia 13 de junho; a obra em italiano, organizada pelo diretor desportivo Vincenzo Parrinello, foi editada em colaboração com a Athletica Vaticana e a Livraria Editora Vaticana.
O cardeal português D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação (Santa), que também contribuiu para esta nova publicação, que tem histórias de 85 protagonistas do desporto olímpico e paralímpico, vai participar na apresentação de ‘Jogos de Paz’, no dia 17 de junho, a próxima segunda-feira, no Estádio Olímpico de Roma.
CB