Igreja denuncia politização do Islão na Nigéria

O Vigário Geral da Diocese de Enugu, Pe. Obiore Ike, falou sobre “a crescente vaga de agressão e violência” na Nigéria. Na sua opinião, assiste-se no país a uma “politização do Islão e talvez da própria religião”. “O Islão chegou à Nigéria cerca do ano 1000 e o cristianismo, ainda que mais antigo na Nigéria, tem coexistido com os muçulmanos e sempre houve uma relação humana e natural entre as duas crenças”, afirmou Pe. Obiore Ike, Vigário Geral da Diocese de Enugu, em entrevista recente à Ajuda à Igreja que Sofre. O sacerdote, cuja diocese está localizada no sul da Nigéria, acrescentou: “Recentemente, temos notado uma crescente vaga de agressão e violência, e assistimos a um aumento da politização do Islão e talvez da própria religião”. O Padre Ike explicou que “a mais crítica e fundamental politização do Islão aconteceu em 1985, com a denominação da Nigéria, pelo Governo militar, como Estado islâmico. A Nigéria foi registrada, por um Presidente muçulmano, como um dos países pertencentes à Organização dos Países Islâmicos. Apesar dos protestos dos cristãos, a Nigéria continua membro desta organização. Para além disso, 12 estados da Nigéria decidiram adoptar a sharia como lei dominante nos seus territórios. Isto contradiz a Constituição federal, que afirma que a Nigéria é um Estado secular e nenhuma religião deverá ser considerada como religião oficial”. Citando o exemplo do estado de Kaduna, que “impôs a sharia e que tem 70 por cento de cristãos e nenhum muçulmano”, o Vigário questiona: “Como é possível impor a sharia a pessoas que não a aceitam e ainda por mais desrespeitar a Constituição nigeriana?”.

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