Igreja debate acompanhamento a candidatos aos sacerdócio

A realidade dos pré seminários esteve em análise num encontro nacional. Presente em todas as dioceses do país, o pré seminário pode ser entendido enquanto instituição, mas também enquanto acompanhamento que é realizado aos jovens sem estarem a viver no seminário. E esta é uma realidade que se vive em algumas dioceses. A diversidade de experiências foi evidente no decorrer da reunião. “A realidade do pré seminário é bem acolhida”, afirma o Padre Jorge Madureira, secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios e da Pastoral das Vocações no Porto, até porque na ausência de Seminário Menor, o pré seminário acompanha quem se encontra num processo pastoral vocacional. O Pré-Seminário surgiu para possibilitar, numa situação de mudança ou em processo, acompanhar os jovens que provavelmente não estariam a passar pelas instituições clássicas. “Há um duplo enquadramento, quer pela pastoral vocacional, como pelo pré seminário”, regista o Pe. Jorge Madureira, que rejeita a possibilidade desta instituição acabar, “porque sempre existirão pessoas para o frequentar, ou na própria instituição ou através de acompanhamento”. As mediações poderão ser diversas, “importa que existam”, sublinha. E de facto as experiências são diferentes. Onde não existe pré seminário, o acompanhamento é feito através de encontros mensais, trimestrais, “havendo também acompanhamento pessoal em visitas às famílias ou às comunidades paroquiais de onde os jovens são originários”, regista o secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, mas há também actividades mais específicas, “orientadas para uma entrada imediata no seminário em alguns casos, noutros em ordem a um discernimento que sem ser com entrada imediata, é em si um processo de pré seminário”. O processo pode estender-se desde o 5º ano de escolaridade, noutros a partir do 7º ano, ou até jovens do meio universitário ou com experiências profissionais. As metodologias são em si também muito diferentes, consoante as dioceses e a sua realidade. “Em algumas, faz-se sensibilização nas escolas católicas, outras programam actividades com seminaristas mais velhos em comunidades paroquiais”, podendo inclusivamente envolver a pastoral familiar. “Conta-se também com a sensibilidade e acompanhamento que os párocos prestam nas suas comunidades, nomeadamente a partir da direcção espiritual”, afirma o Pe. Jorge Madureira. “A quantidade não é o mais importante”, menciona o secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, numa altura em que o número de sacerdotes na Europa está a decrescer. No entanto, todas as dioceses têm jovens em situação de pré seminários. “A principal missão da Igreja não dever ser analisada a partir do número de sacerdotes que existem. Importa perceber e ler os sinais para orientar melhor o trabalho, pois é possível fazer muito e bem, com os efectivos que existem”. Na reunião da pastoral vocacional onde estiveram presentes os responsáveis das dioceses e o serviço nacional das vocações foi manifestada uma preocupação mais abrangente e menos numérica. “O importante é estimular as dioceses para o trabalho vocacional”. O documento publicado pela Conferência Episcopal Portuguesa fornece as bases para a pastoral e em cada ano o Fórum das vocações procura traduzir e concretizar aspectos desse documento da CEP. “Percebeu-se um grande apreço na forma como o último fórum decorreu, quer pelo número de participantes e pela qualidade dos conteúdos”, afirma o Pe Jorge Madureira. Os desafios que se levantaram a partir do Fórum vão no sentido de “procurar um melhor relacionamento entre a pastoral vocacional e os processos de transmissão da fé, na educação cristã, com uma maior ligação à pastoral juvenil”, exemplifica, mas a direcção espiritual é essencial para a promoção vocacional. O secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios recorda que surgiu também a proposta de uma revista com elementos de reflexão. “E pretende-se alargar os destinatários, porque a missão vocacional deve assentar numa base cada vez mais alargada, e deve contar com o empenho das comunidades paroquiais e de toda a estrutura eclesial”, aponta.

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