Igreja de França apela à participação dos portugueses

Emigrantes não querem ser esquecidos pela Igreja em Portugal O presidente da Comissão Episcopal das Migrações de França pediu aos portugueses nesse país que não se fechem à participação na vida da comunidade cristã, assegurando que o seu testemunho faz falta. “A Igreja de França precisa dos cristãos portugueses para ser autenticamente católica. Não vos fecheis: sede fiéis à vossa maneira de ser cristãos porque a Igreja de França precisa de vós”, assegurou Jean-Luc Brunin, bispo de Lille. A intervenção do prelado francês aconteceu no Encontro Nacional dos Responsáveis pela Animação da Fé dos Portugueses residentes em França, decorrido no último fim-de-semana, encarto convocado pela Capelania Nacional dos Portugueses. Foi unânime o sentimento em todos os delegados de que os portugueses em França continuam a considerar-se membros de pleno direito das suas dioceses de origem, e lamentam o esquecimento a que actualmente se sentem votados. Nesse sentido, os responsáveis reunidos pediram “um maior apoio por parte da Igreja em Portugal, a criação do Conselho Nacional da Capelania Portuguesa como voz dos portugueses, um investimento mais motivado na catequese de adultos e formação de animadores comunitários, bem como a necessidade de os imigrantes serem incluídos como destinatários dos planos pastorais das Dioceses portuguesas e de os bispos alargarem as suas Visitas Pastorais aos diocesanos a viver na emigração”. É sobretudo nas equipas diocesanas da pastoral dos migrantes que estes se sentem reconhecidos pela Igreja e conseguem fazer ouvir as suas inquietações como Comunidade Católica que desde há 4 décadas participa na evangelização. “No processo de integração eclesial, sem ignorar as muitas dificuldades, as comunidades, mesmo sem a presença de um padre português, têm dado um valioso contributo, animadas por leigos, religiosas e padres de outras nacionalidades”, concluriram os participantes. Este encontro de Montmartre 2003 foi presidido pelos bispos D. Jean-Luc Brunin, de Lille, e D. Januário Torgal Ferreira, respectivamente presidentes das Comissões episcopais de Migrações de França e Portugal. Participaram 70 delegados, na sua maioria leigos, representando 36 dioceses francesas, que acolhem uma comunidade portuguesa com mais de um milhão de pessoas.

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