Igreja: D. Manuel Linda propõe Natal «sob o signo da autenticidade»

«Não matemos o Natal», propõe bispo das Forças Armadas e de Segurança

Lisboa, 06 dez 2014 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança apelou a um Natal “sob o signo da autenticidade”, criticando os que se prostram nos “altares dos falsos deuses, dos ídolos que oprimem” e não veem Deus no “irmão carente”.

“Não «veem» a Deus porque fecham os olhos aos sofrimentos dos irmãos ou não suportam o que veem porque se privam da força d’Aquele que redime o mal pela sua cruz. Cultuam ao deus do êxito”, revelou D. Manuel Linda.

Na mensagem de Natal, enviada à Agência ECCLESIA, o prelado revela que não faz parte da sua maneira de ser “passar a vida a dizer mal do mundo” mas alerta que é preciso “encarar a realidade de frente”.

“Que este Natal de 2014 seja vivido sob o signo da autenticidade. Não matemos o Natal”, pediu ainda D. Manuel Linda que apelou que o seu significado não seja associado ao “materialismo, ao consumismo, à falta de solidariedade e ao ateísmo prático”.

Neste contexto e dirigindo-se aos seus diocesanos, os homens e mulheres que servem “a paz, a liberdade e a tranquilidade dos portugueses” nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança, disse que da forma como hoje se celebra o Natal, consumidos “por um sem número de preocupações e correrias”, não se pensa no “nascimento do menino Jesus”.

“Fazemos iluminações e a nossa alma continua às escuras; armamos presépios e fechamos o coração ao Deus-Menino; colocamos lá as figuras da família de Nazaré e nada fazemos para que a nossa se torne mais sólida; representamos os pastores pobremente vestidos e em nada nos comprometemos com a grande multidão dos carenciados”, exemplificou D. Manuel Linda

Para o bispo das Forças Armadas e de Segurança foi assim no passado e hoje também porque no mundo “cultuam-se falsos altares” e as pessoas convivem com “eras do massacre”, de terror em “estado puro”.

A paz, que é sinal do homem novo, disse ainda o prelado constrói-se pela “abolição dos muros” que separam dos irmãos e da sua sorte e pela “reconciliação com Deus”, por isso, pediu aos profissionais da paz que comecem pelo “mais difícil” que é a sua fundação neles próprios e em quem os rodeia, “família e camaradas”.

Como contexto para a mensagem de Natal, o bispo do Ordinariato Castrense, recordou o rei Baltasar, do livro “Os três reis do Oriente” de Sophia de Mello Andresen, que na esplanada dos templos não encontrou um altar onde pudesse “pedir o auxílio dos deuses para os pobres e sofredores”.

“Aproximou-se de todos os altares, dos desuses da riqueza, do poder, da glória, do comércio, da fertilidade, da sabedoria… Mas em nenhum viu referência aos sofredores”, escreveu a poetisa católica no seu conto de Natal.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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