Igreja/Cultura: Ruy de Carvalho, um «perfeito» cristão preocupado com o seu semelhante

Aos 91 anos, ator recebe da Igreja Católica o prémio Árvore da Vida/Padre Manuel Antunes 2018

Lisboa, 02 jun 2018 (Ecclesia) – O ator Ruy de Carvalho, que vai receber hoje o Prémio Árvore da Vida/Padre Manuel Antunes 2018, da Igreja Católica, afirma-se como “profundamente cristão” e “franciscano”.

“Eu sou um homem de fé, não sei se sou um católico perfeito mas sou um cristão perfeito, porque me preocupo muito com o que preocupou Cristo, que foram os seus semelhantes”, afirma em entrevista à Agência ECCLESIA, em parceria com a Rádio Renascença e o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

O ator, que recebe este ano o prémio atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, afirma a necessidade de se “dar amor” às pessoas.

“Se dermos amor uns aos outros vivemos em Cristo. Portanto, se é por ai que pegam na Árvore da Vida, e a Igreja achou que eu merecia este prémio, eu estou muito honrado”, sublinha.

O júri que entrega a Ruy de Carvalho o prémio Árvore da Vida enaltece o “sentido exemplar da seriedade profissional” e as “implicações culturais da sua presença no espaço público, daí decorrendo a empatia e a influência positiva exercida na sociedade”.

Ao olhar para a sua vida de 91 anos, o ator português encontra frutos “muito bons”, “primaveras maravilhosas”, “momentos com mais ou menos tempestade”, mas “sempre com muita fé”.

Ruy de Carvalho, que acompanhou diferentes fases da Igreja, destaca a abertura que São João XXIII e São João Paulo II deram à Igreja e enaltece o testemunho do Papa Francisco, nome que escolheria se um dia fosse Papa.

“É o pároco do mundo. Ele hoje é padre de todos nós”, sublinha, reconhecendo que “muitos fizeram as pazes com a Igreja”.

“Eu não vi ninguém se não a querer beijá-lo, a querer abraçá-lo, a ter um aconchego dele. Aquilo que os párocos devem fazer aos seus paroquianos, aconchegá-los. Ajudá-los a viver melhor e ele faz isso ao mundo. E está muita gente a fazer as pazes com a Igreja”.

O ator que nunca se benze quando entra em palco explica que representar é o seu serviço aos outros.

“Sem fé eu não existia. Eu ofereço o meu trabalho a Deus, aos meus concidadãos, ofereço, não peço nada. É uma forma de me benzer”, revela.

Cultivando a palavra «humildade» ao longo da sua vida, Ruy de Carvalho afirma não ser melhor do que ninguém.

“Não sou diferente de ninguém, tenho é jeito para representar. É a minha qualidade, é o meu serviço aos meus semelhantes. Representar o melhor que sei e posso”, precisa.

Ruy de Carvalho estreou-se no Teatro da Trindade com a peça «O Jogo para o Natal de Cristo», onde fazia a personagem de Satanás e hoje, 76 anos depois, afirma ter mais respeito pelo público.

“Humildade é uma palavra muito bonita que começa connosco, na nossa forma de estar, nos nossos colegas, a quem nos vê, a quem servimos que é o público. Todos somos pessoas, a nossa obrigação é não querer ser mais, servir sem nunca ser superior, maior ou mostrar mais conhecimento. O amor igualiza as pessoas”.

Em palco Ruy de Carvalho é ator, mas na vida procura cultivar o bom relacionamento e uma intervenção cívica porque afirma fazer parte uma “família muito grande”.

“O convívio, a humildade com que lidamos com os nossos semelhantes, a forma de estar, o espirito com que fazemos o nosso trabalho, é muito importante e os outros sentem. As pessoas sentem o respeito que temos por elas. Sentem e gostam de ser respeitadas”, conclui.

A entrevista ao ator Ruy de Carvalho pode ser visionada no programa 70×7, emitido no próximo domingo às 07h30.

LS

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Agência ECCLESIA

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