Igreja/Cultura: Relação em equação

Lisboa, 08 nov 2011 (Ecclesia) – Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional da Cultura, afirmou que a relação entre a Igreja e a Cultura de hoje deve passar pelo testemunho dos cristãos “na arte e na vida”.

“Não há um romance cristão como não há uma arte cristã. Há, sim, cristãos na arte e na vida”, afirma, em depoimento que integra a edição de novembro do ‘Observatório da Cultura’ (n.º 16).

Para Guilherme d’Oliveira Martins, entrevistado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), trata-se de “dar testemunho pela dignidade humana, não numa sociedade formatada e perfeita, mas entre a imperfeição e a estranheza”.

Na mesma publicação, Filipa Oliveira, curadora de Artes Visuais, assinala que a separação entre Igreja e Cultura é “perda para os dois lados”.

“A cultura contemporânea está impregnada por uma espiritualidade profunda e a Igreja, na maior parte dos casos, está afastada das manifestações culturais de mais vanguarda. Penso que um repensar desta ligação através de projetos que podem ser pontuais ou mais a longo prazo seria um desafio muito enriquecedor”, observa.

Já o padre Duarte Melo, diretor do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, Açores, afirma que para a Igreja, na sua relação com a Cultura, “é importante conservar a sua intrínseca unidade e não se deixar contaminar pela cultura do slogan”.

“Um diálogo teimoso e criativo com a pluralidade favorecerá a Igreja e a sua missão no mundo”, precisa.

Duarte Brito de Goes, do Grupo Política e Sociedade do SNPC, refere, por sua vez, que é preciso fazer “renascer” os tempos em que a Igreja era a “fonte da Cultura”.

“Num momento em que o mundo se centra no económico e no material, caberá à Igreja ser um centro de promoção do Homem em todas as suas vertentes”, assinala.

Os textos desta edição são gradualmente disponibilizados no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

SNPC/OC

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