Igreja/cultura: Prémio Árvore da Vida consagra «dimensão do insondável»

Compositor de música «simples», Eurico Carrapatoso não quer deixar esquecer a «fina tradição poética» portuguesa

Fátima, 17 jun 2011 (Ecclesia) – O compositor Eurico Carrapatoso considerou hoje que a distinção do prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes “consagra a dimensão do insondável que sempre sondei e quis desenvolver”.

“O simples facto de sentir que outros têm descoberto esta mensagem é uma manifestação de ressonância e cumplicidade”, referiu no momento em que recebeu o prémio atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em parceria com a Renascença.

A Igreja Católica distinguiu o compositor Eurico Carrapatoso, reconhecendo a «pessoalíssima gramática sonora» do autor «mergulha profundamente na tradição musical portuguesa», tendo por diversas vezes «origem ou motivação religiosa».

As referências à «paisagem, tanto a geográfica como aquela mental» do território nacional, fazem da sua obra «uma preciosa e inspirada meditação sobre Portugal» e o «destino comum» dos portugueses, acrescentou o júri.

O júri, presidido pelo bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Manuel Clemente, assinala igualmente o «diálogo» que o compositor mantém com autores do «cânone literário» português.

“A minha música parte de ideias simples e processos claros”, referiu, acrescentando ser de “gramática é transparente”, sem pretensões de “alcançar o Evereste, nem a serra da estrela. Basta-me ter a altura da minha serra de Bornes”.

Para o compositor a distinção é “grande e pesada” e “acuso a responsabilidade pela volumetria dos mestres que receberam o prémio em edições anteriores”.

Natural de Trás-os-Montes, Eurico Carrapatoso deseja “harmonizar a melodia popular portuguesa”.

“Numa época de massificação, criada pelos meios de comunicação social, a nossa identidade vai sendo posta em risco” se se esquecer a “fina tradição poética que Portugal tem”.

A sétima Jornada Nacional da pastoral da Cultura, dedicada ao «Elogio da Fraternidade», terminou hoje em Fátima.

LS

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