Atrizes, encenadora e diretor musical dão o testemunho num dos ensaios do espetáculo que sobe a palco nos dias 12, 13, 14 de setembro, em Lisboa, e 30 do mesmo mês, no Porto

Lisboa, 03 set 2025 (Ecclesia) – Um elenco de 24 atores encontra-se a ensaiar o musical “Thérèse Martin”, que estreia no dia 12 de setembro, em Lisboa, e vai percorrer a vida desta santa francesa, desde a relação com os pais e irmãs, a entrada no Carmelo até à morte precoce.
“Há muita gente que irá ver [o espetáculo], com certeza, que não conhece tão bem [Santa Teresinha], e que vai passar a conhecer, porque a história está mesmo muito bem contada”, afirmou Catarina Marques Ramos, uma das atrizes, em declarações à Agência ECCLESIA, no ensaio desta terça-feira, no Centro Social Paroquial de São João de Brito, em Alvalade.
Desde 14 de julho que a equipa de atores se reúne de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, para ensaiar o espetáculo que sobe a palco este mês no Teatro Camões, em Lisboa, (12, 13 e 14 de setembro) e no Coliseu do Porto (30 de setembro).
“São sete horinhas. É intenso, mas muito bom. Focamo-nos muito em melhorar pormenores para depois então, quando repetimos o todo, estar cada vez mais denso, estar cada vez mais sólido”, assinalou a atriz Margarida Martins.




Promovido pela Ordem dos Padres Carmelitas Descalços em Portugal, o espetáculo sobre a história de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, que nasceu em 1873, em Alençon, em França, entrou no convento aos 15 anos e se tornou monja carmelita, tem por base os manuscritos que deixou.
“Teresinha ajudou-me muito porque escreveu muito. As obras completas dela têm mesmo muita literatura. Desde as autobiografias, a poesias, a peças de teatro que ela escreveu, as orações, as cartas que ela escreveu, às irmãs, várias pessoas da família. Tem mesmo muita coisa”, explicou a encenadora Matilde Trocado.
O maior desafio foi “escolher o que é que está presente e o que é que fica de fora” sobre o percurso de Thérèse Martin, refere a entrevistada, bem como “encontrar o tom certo, encontrar a voz de Teresinha com verdade e com simplicidade”.
Antes do projeto, Matilde Trocado revela que “conhecia muito mal” a história da monja carmelita, que morreu aos 24 anos, e que agora já “são muito amigas”, indicando que ao início “não a compreendia completamente”, algo que também motivou a encenadora a dar vida ao musical.
“Os contrastes em Teresinha é uma coisa que me intriga muito. Uma pessoa que viveu tão pouco e que tem um impacto tão grande no mundo, com tanta devoção. Uma pessoa que só quis ser pequenina e hoje em dia é enorme. Uma pessoa que só viveu no Carmelo e que é padroeira das missões. Vários contrastes que eu acho mesmo muito interessantes”, realçou.
A atriz Patrícia Duarte enaltece uma vida “tão rica, ainda que tenha sido muito curta”, acima de tudo “cheia de amor”, que considera que é o que une todas as personagens do musical.
Hoje, com um maior conhecimento da vida desta santa, Matilde Trocado caracteriza Thérèse Martin com duas palavras, uma delas a “confiança”, uma vez que vive a vida confiante em Deus, e outra o “amor”.
“Ler Santa Teresinha é quase fazer masterclasses sobre amor. E, por isso, eu acho que o mundo precisa”, ressaltou.
A atriz Margarida Martins destaca a “muita maturidade para a idade que tinha” e a “inteligência emocional muito grande” que desenvolveu esta figura, reconhecida pela UNESCO como uma das mais significativas para a humanidade contemporânea.
“Vivia em amor e queria ver os outros bem, porque esse era o desejo final dela, era ir para o céu, mas continuar a trabalhar e ajudar quem estava na terra, de um altruísmo muito grande”, refere.
Já Patrícia Duarte salienta a “eterna criança, muito curiosa, muito viva”, que Teresa de Lisieux foi, “muito pequenina”, “mas ao mesmo tempo muito grande”.
Além dos atores, o espetáculo conta com uma orquestra de 13 músicos, que tocam piano, flauta transversal, oboé, violino, violoncelo, guitarra, bateria, violino, viola d’arco, trompa, clarinete, baixo e contrabaixo e trombone, da qual faz parte António Andrade Santos, diretor musical.
“A Matilde Trocado desafiou-me a compor as músicas para este musical, com uma premissa bastante engraçada, basear-nos, inspirar-nos nos compositores impressionistas, Ravel, Satie, Debussy”, conta.
António Andrade Santos menciona que foi desafiante descobrir a “estética” do musical, ao cruzar “o novo com o antigo”.
A dias de o teatro musical “Thérèse Martin” subir a palco, o compositor espera que esta seja uma oportunidade para as pessoas lerem mais sobre Santa Teresinha.
“Gostava que [o espetáculo] despertasse curiosidade. Gostava que as pessoas, depois de verem o espetáculo, quisessem ler a ‘História de uma Alma’, quisessem conhecer melhor Teresinha, quisessem se aproximar”, desejou Matilde Trocado.
Os bilhetes para assistir ao teatro musical “Thérèse Martin” encontram-se à venda no site www.musicaltheresemartin.pt.
LJ/OC