Igreja/Cultura: «Meeting 2015» procurou pistas para felicidade na vida quotidiana

Conferências, fado e testemunhos animaram evento na tenda do Centro Cultural de Belém

Lisboa, 30 mar 2015 (Ecclesia) – O presidente da Associação Cultural Meeting Lisboa (ACML) mostrou-se satisfeito com a participação neste encontro cultural, intitulado ‘Se a felicidade não existe, então o que é a vida?’, que quis ajudar as pessoas a “ser felizes”.

“Através da proposta do meeting juntos descobrimos pistas para que cada um perceba como é que pode ser feliz. Se é possível ser feliz e porque é que vale a pena viver, porque é que vale a pena tentar ser feliz”, explica Bernardo Cardoso sobre o encontro realizado na tenda do Centro Cultural de Belém, entre sexta-feira e domingo.

À Agência ECCLESIA, o responsável explicou que cada participante foi convidado a fazer a “experiência” de se perguntar, de “aprofundar”, quem é, qual o seu papel e como “pode ser feliz”.

O Meeting Lisboa 2015 começou com o painel "grande para amar, forte para lutar" de Paul Bhatti, antigo ministro das Minorias Religiosas do Paquistão, um país com 98% de muçulmanos e 2% de cristãos onde “não existe liberdade religiosa”.

“Foi útil para nos corrigir a rota e não nos deixar adormecer ou acomodar nesta rotina onde podemos ter todas as felicidades do mundo mas não temos o desejo que nos faz perceber que não somos verdadeiramente felizes, que a felicidade é outra coisa”, recordou a jornalista Aura Miguel que moderou o painel.

Para a profissional da Rádio Renascença, foi “quase um muro no estômago” o testemunho de quem “arrisca tudo” no Paquistão pelo seu “desejo de felicidade”.

Segundo a jornalista, a ACML teve como propósito convidar alguém para quem o sentido da vida “não passava pelos clichés da felicidade” do mundo ocidental, acrescenta sobre Paul Bhatti, que também foi entrevistado na Agência ECCLESIA.

Para o presidente da ACML, este encontro tem conseguido, nas várias edições, o objetivo de criar espaços de diálogos entre todos.

“Entre as esplanadas que estão sempre cheias, os momentos do concerto, as conversas depois dos encontros diria que vejo muita gente a confrontar-se, a dialogar, a falar do que está a viver”, analisou Bernardo Cardoso.

Do programava constavam ainda conferências sobre sociedade, arte, empreendedorismo, e inúmeros convidados que desenvolveram temas como: "O desenvolvimento tem um rosto"; "Europa: é possível um novo início?"; e "Van Gogh: um olhar escancarado para o real".

Destacou-se o painel “A vida não é um prémio”, que teve como intervenientes Henrique Leitão, prémio Pessoa 2014; Afonso Reis Cabral, prémio Leya 2014, e a cientista Elvira Fortunato, prémio 2008 European Research Council na área da engenharia.

Aura Miguel comentou que estes convidados testemunharam que a felicidade “não passa por ganhar prémios” que pode trazer dinheiro e fama que “passa” mas é algo “mais profundo”.

A terceira edição do Meeting de Lisboa encerrou com o testemunho e músicas do cantautor português Miguel Araújo, este domingo à tarde.

Sobre uma quarta edição deste evento em 2016, o presidente da ACML considera ser possível e quer “imenso” organizar o meeting mas recorda que este “vive da gratuidade e da disponibilidade” de todos os que colaboram, “a alma são os voluntários”

“A resposta é de todos os que aqui passaram”, conclui Bernardo Cardoso.

CB/OC

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