Ator ficou «apaixonado» pelo jesuíta do século XVII
Coimbra, 27 nov 2013 (Ecclesia) – O ator Lima Duarte considera que o padre António Vieira é, “sem dúvida nenhuma”, um príncipe das letras e um mestre da oratória.
Quem se aproxima da palavra do padre António Vieira, jesuíta que viveu no século XVII (1608-1697), fica tocado com a escrita “tão maravilhosa, rica e candente”, disse o ator Lima Duarte à Agência ECCLESIA no dia em que declamou, em Coimbra, excertos de sermões do padre António Vieira.
Na celebração dos 350 anos do sermão de Santa Catarina, esta segunda-feira, o ator brasileiro, conhecido de muitas novelas brasileiras, referiu que ficou “«cabreiro» quando o Manoel de Oliveira [cineasta]” o convidou para desempenhar o papel do padre António Vieira num dos seus filmes.
Este convite levou Lima Duarte a questionar-se: “Será porque eu sou o Zeca Diabo [personagem de uma telenovela]?” e acrescenta: “para fazer o António Vieira só um diabo mesmo”.
Este ator brasileiro e “mediático em certo sentido” começou a estudar os escritos deste jesuíta e ficou “apaixonado” e “orgulhoso” em desempenhar aquele papel.
A vida de Lima Duarte divide-se em duas etapas: “Um antes e um depois de ter feito «Palavra e Utopia» [filme de Manoel de Oliveira]”, realçou.
Apesar da sua experiência e tarimba na arte de representar – Lima Duarte tem 83 anos – confessou à Agência ECCLESIA que antes de declamar o sermão, na Capela de São Miguel, na Universidade de Coimbra, estava “nervoso e tenso” porque “ninguém enfrenta um texto como este do padre António Vieira de forma incólume e tranquila”.
Depois de declamar o sermão, Lima Duarte reconhece que um “ator se estreia todos os dias” e que tinha acabado “de fazer a estreia no padre António Vieira”.
A leitura dos sermões estava incluída num programa mais vasto de homenagem ao padre jesuíta e na apresentação, naquela cidade, da obra completa do padre António Vieira que tem a coordenação de Eduardo Franco e Pedro Calafate, professores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
LFS