Arquiteto recebeu prémio «Árvore da Vida» em 2012
Lisboa, 20 jan 2016 (Ecclesia) – O arquiteto Nuno Teotónio Pereira morreu esta quarta-feira aos 93 anos, noticiou o jornal Público, citando fonte da família.
Vencedor do Prémio ‘Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes’, atribuído pela Igreja Católica, em 2012, Teotónio Pereira foi então distinguido pela sua “estatura ética e criativa”, apresentadas como “uma lição de humanidade” e “uma luz oportuníssima para pensar o lugar e o modo da Arquitetura reinscrever-se no presente e no futuro”.
Nuno Teotónio Pereira, nascido em Lisboa a 30 de janeiro de 1922, foi preso pela polícia política do regime ditatorial (PIDE) em 1967, 1972 e 1973, tendo sido libertado da prisão de Caxias após 25 de abril de 1974, data que marcou a transição de Portugal para a democracia.
Era membro honorário da Ordem dos Arquitetos e Doutor Honoris Causa pelas Faculdades de Arquitetura das Universidades do Porto e Técnica de Lisboa.
Ao longo da carreira recebeu várias distinções, entre as quais o Prémio da I Exposição Gulbenkian (1955), com o Bloco das Águas Livres (Lisboa), Prémios Valmor de 1967, 1971, 1975, respetivamente para a Torre de Habitação nos Olivais Norte, Edifício Franjinhas e Igreja do Sagrado Coração de Jesus, todos em Lisboa, além do Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA) (1985).
O arquiteto foi co-orientador da tese de doutoramento que João Alves da Cunha apresentou em outubro de 2014 sobre o Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), de que Teotónio Pereira foi fundador, e a sua atividades nas décadas de 50 e 60 do último século.
‘O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX’, título do trabalho, recorda uma mudança no panorama da arte religiosa em Portugal, identificável num novo entendimento do papel social da Igreja, requerendo novos tipos de espaços face às conceções litúrgicas que viriam a ser consagradas no Concílio Vaticano II (1962-1965).
OC