«Diálogos. Na beleza das obras contemplamos a beleza do criador» passa por Lamego, Aveiro, Viseu e Guarda em mostra inédita
Lamego, 10 ago 2021 (Ecclesia) – O Museu Diocesano de Lamego apresenta ao público a primeira fase da exposição ‘Diálogos. Na beleza das obras contemplamos a beleza do criador’, um percurso por quatro dioceses portuguesas que procura o diálogo entre a natureza, o artista e o observador.
“Queremos sensibilizar as comunidades, perceber como é que através do património, temos uma imagem do que é a diversidade na Igreja, a qualidade deste património e como é que ele nos deve interpelar”, explica à Agência ECCLESIA Fátima Eusébio, diretora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu.
A exposição temporária está em Lamego até a15 de outubro, passando depois por Aveiro, Viseu e Guarda, onde vai estar até outubro de 2022, fruto da união e do trabalho de diferentes organismos vocacionados para os bens culturais.
“Estes diálogos estabelecem-se em diferentes registos”, precisa a entrevistada na emissão desta terça-feira do Programa ECCLESIA (RTP2).
A exposição apresenta duas obras, uma do século XIV e outra do século XVIII, com marcas profundas de deterioração, procurando sublinhar a necessidade de preservar o património para o futuro, a começar pela sua inventariação.
“A própria exposição é uma oportunidade para ser realizar uma intervenção de conservação”, aponta Fátima Eusébio.
A mostra apresenta cerca de 50 peças que atualmente não estavam afetas ao culto e que na exposição vão poder ser interpretadas também a partir do seu habitat.
“Um projeto comum, que permite pôr em diálogo o património das várias dioceses”, precisa a responsável, destacando a convergência de competências e recursos financeiros.
A exposição quer sublinhar os apelos do Papa Francisco na encíclica ‘Laudato Si’, para o cuidado da Casa Comum e para a relação com a natureza, aplicados à necessidade de conservação do património histórico.
Os vários materiais – madeira, pedra, argila, marfim ou até papel – e peças, apresentados no seu processo criativo, são acompanhados por citações bíblicas que lhe dizem respeito.
“A obra da Criação, da natureza, está presente na criação artística e, depois, na interação com os fiéis”, indica a diretora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu.
O visitante pode também encontrar obras de arte contemporâneas, que procuram também o diálogo entre a natureza e Deus, numa “interação” com as pessoas, sublinhando o que elas representam “em termos de vivência dos fiéis” e de compreensão de uma “matriz cultural”.
“A memória é muito importante”, conclui Fátima Eusébio.
O projeto deveria ter começado em março de 2020, altura em que o país viveu o primeiro confinamento provocado pela Covid-19, pelo que só em julho deste ano foi possível iniciar a exposição.
PR/OC