Lisboa, 21 dez 2011 (Ecclesia) – O padre e poeta madeirense José Tolentino Mendonça afirmou que o discurso religioso “não é apenas para os crentes”, mas constitui “um património plausível de procura, abertura, tentativa de perceção de um sentido e de desconstrução do silêncio”.
“Dos não-crentes recebemos o recentramento do debate”, sublinhou o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), durante o lançamento da sua última obra, ‘Pai-nosso que estais na terra’.
Numa intervenção divulgada hoje pelo site do SNPC, Tolentino Mendonça destaca que “o discurso teológico tem de ser poroso” e acolher poetas e criadores, bem como a dissensão, a heterodoxia e a “pergunta mais radical”.
O crente, por seu lado, “é uma pergunta”, “um património de inquietação” que “habita o desconforto” e “calça as sandálias de peregrino, mesmo quando é velho”.
Por isso, acrescenta o poeta e biblista, eles deixam uma “herança ao mundo e à cultura”.
“Penso que o cristianismo, a partir do que viveu, experimentou, sentiu e do que é na sua essência, pode ser um contributo importante para o homem se rever e reencontrar de uma maneira mais libertadora, profética e que possa entusiasmar a humanidade”, afirmou o responsável, que gostaria de ver a teologia adquirir relevância no debate cultural.
SNPC/OC