Genética e Bioética em reflexão no Átrio dos Gentios
Braga, 17 nov 2012 (Ecclesia) – Elena Solano, secretária geral da Associação Espanhola de Bioética e Ética Médica, apresentou hoje o ser humano como “pessoa que não é um objeto” ou “um simples ser com neurónios”.
A especialista falava no worshop “Genética e Bioética – ciência e política”, no Átrio dos Gentios, que decorre na Arquidiocese de Braga.
“O conceito da pessoa com dignidade prende-se com o reconhecimento do valor da vida, os benefícios terapêuticos, a precaução e a justiça”, defendeu.
Na visão teológica a perspetiva ampliou-se e Elena Solana sublinhou que o “valor da vida brota da imagem e semelhança de Deus”.
“Nós não somos donos da vida humana mas sim co-produtores dessa vida, sem direito de intervir ou a modificar”, concluiu.
Por seu lado Maria de Sousa, professora catedrática do Instituto de Ciências Biomédicas, afirmou que os “genes só não chegam” e que a mutação “nem sempre significa uma doença”.
A ‘gentia’,como a própria se apresentou, realçou que é preciso “mais atenção a esta questão genética” pois fez diminuir os valores de doenças como a diabetes ou a cirrose hepática.
“Os cientistas deixaram de se encantar com o poder dos genes, com a facilidade que esse poder trazia ao diagnóstico da doença e não do doente”, acrescentou.
Maria de Sousa elogiou a iniciativa Átrio dos Gentios e realçou a necessidade haver um espaço “onde se vive todos os dias” e cada um se pode abrir “à aprendizagem da genética”.
O ‘Átrio dos Gentios’, que se iniciou sexta-feira em Guimarães, vai concluir-se pelas 21h30, na Catedral de Braga, com a apresentação da ‘Missa Brevis’ de João Gil, que também a interpreta integrado no grupo ‘Cantate’.
SN