Igreja/Cultura: Coreógrafa Olga Roriz destaca «vocabulário do sentir» no corpo humano

Arte, teologia e desporto estiveram em debate do Átrio dos Gentios

Braga, 17 nov 2012 (Ecclesia) – A coreógrafa Olga Roriz destacou hoje em Braga a capacidade de o corpo humano apresentar um “vocabulário do sentir”, num debate sobre o tema ‘Valor do corpo e consciência espiritual’ integrado no Átrio dos Gentios.

“A dança é a plenitude do poder e da escravatura” na sua relação com o espaço, é “o corpo falante, que se desvenda para logo se ocultar”, disse, num painel que reuniu ainda o teólogo João Duque e o secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre.

Olga Roriz falou no seu processo criativo, de “descobrir o absurdo e daí partir para as formas”, antes de afirmar que “na dança o corpo impõe-se, está lá, ávido de ser”.

“Só o corpo tem o vocabulário do sentir”, indicou, numa das duas reflexões que apresentou sob a forma de poesia.

A coreógrafa defende que não se devem “ultrapassar os próprios limites” porque ninguém pode “ser o que não se poderia ser”.

A questão dos limites foi levantada por João Duque, diretor-adjunto do Núcleo de Braga da Faculdade de Teologia e presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa.

“A condição de corporeidade do ser humano é condição necessária da identidade pessoal e condição humana de limite”, frisou.

O especialista sustentou que o corpo “é a própria realização do humano”.

As intervenções inserem-se num conjunto de painéis sobre ‘estilo de vida e salvaguarda do universo’, em Braga, no final do Átrio dos Gentios, iniciativa do Conselho Pontifício da Cultura, do Vaticano, para o diálogo entre crentes e não crentes que se iniciou sexta-feira em Guimarães.

Alexandre Mestre elogiou o papel do desporto no processo de “autoconhecimento” em que o homem “passa de si para o outro”, numa “fusão mediadora”.

O responsável recordou as alusões a práticas desportivas na Bíblia e os ensinamentos do Papa sobre o fenómeno, para afirmar o desporto como “manifestação de Deus” e, ao mesmo tempo, revelação “do que há de mais frágil no corpo humano”.

O ‘Átrio dos Gentios’ vai concluir-se pelas 21h30, na Catedral de Braga, com a apresentação da ‘Missa Brevis’ de João Gil, que também a interpreta integrado no grupo ‘Cantate’.

OC

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