Igreja/Cultura: Arte, história e ciências humanas juntas para o «Elogio da Fraternidade»

Programa da 7.ª Jornada da Pastoral da Cultura inclui entrega do prémio «Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes» ao compositor Eurico Carrapatoso

Lisboa, 17 jun 2011 (Ecclesia) – História, literatura, cinema, arquitetura, música e ciências humanas são algumas das disciplinas convocadas pela Igreja Católica para a 7.ª Jornada da Pastoral da Cultura, que decorre hoje em Fátima.

O encontro organizado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), é dedicado ao “Elogio da Fraternidade”, tema que conclui a trilogia iniciada em 2009 com a “Liberdade” e que prosseguiu no ano seguinte com a “Igualdade”.

“No contexto das comemorações do centenário da República, a proposta da Pastoral da Cultura foi refletir os três eixos que emergiram da Revolução Francesa”, em 1789, mas que têm “um lastro muito anterior e do qual o cristianismo, de maneira alguma pode ser considerado ausente”, explica o site do SNPC.

No entender do bispo responsável pela Pastoral da Cultura, D. Manuel Clemente, a fraternidade “não é espontânea”, pelo que nem a legislação “pode ‘obrigar’ a sentir o outro como irmão”, vinculação que é “íntima, disponível e gratuita”.

“Quanto mais contíguos, habitacional ou laboralmente, também mais ambíguos nos manifestamos, na discrepância flagrante entre a ‘fraternidade’ ideologicamente enunciada e a pouca em que realmente (con)vivemos, por falta de motivação religiosa ou filantrópica”, assinala o prelado na página da Pastoral da Cultura.

Para o diretor deste organismo, padre José Tolentino Mendonça, “a cultura não pode ser apenas a gestão do minimalismo ético”, dado que ela “precisa de metas humanas amplas, comprometidas com a generosidade da entrega e do dom”, se quiser corresponder às “aspirações profundas” que representa.

O programa da Jornada, que decorre entre as 10h30 e as 17h00, inclui uma mesa-redonda entre Manuel Clemente, Manuel Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica Portuguesa, e Manuel Carvalho da Silva, presidente da central sindical CGTP.

Antes deste debate, agendado para as 14h30, o tema do encontro vai ser refletido através de diferentes olhares, começando pela intervenção do historiador José Mattoso, que às 10h30 abre o encontro com a conferência “Sabedoria e fraternidade”.

“Que sabe a cultura acerca da Fraternidade?” é a pergunta lançada pela escritora Lídia Jorge, seguindo-se a projeção do filme “Os milionários”, menção honrosa do júri da Igreja Católica no festival internacional de cinema Indie Lisboa 2011, com a presença do seu realizador, Mário Gajo de Carvalho.

O teólogo Joaquim Félix de Carvalho e os arquitetos António Jorge Cerejeira Fontes e André Cerejeira Fontes apresentam antes do almoço o projeto da Capela do Seminário Conciliar de Braga, que classificam como “Uma experiência de fraternidade na construção do espaço litúrgico”.

O encontro é retomado com a mesa-redonda, e pelas 16h30 decorre a entrega do Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, distinção da Igreja Católica em Portugal que na edição de 2011 é atribuída ao compositor Eurico Carrapatoso.

“É de toda a justiça iluminar um percurso” que “sempre tem tentado um diálogo com o nosso cancioneiro tradicional e tem procurado, de forma inspirada, a voz de poetas emblemáticos”, sublinha Tolentino Mendonça no editorial desta semana da Agência ECCLESIA.

A cerimónia de entrega do prémio, patrocinado pela Rádio Renascença, conta com a atuação do Coro Olisipo, que antecede o encerramento da jornada, previsto para as 17h00.

RM

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