António de Almeida Santos considera o legado literário do jesuíta parecido “em monumentalidade” com o Mosteiro dos Jerónimos
Coimbra, 27 Nov 2013 (Ecclesia) – O antigo presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, confessou que nenhum orador, “sacro ou profano”, exerceu tanta “sedução irresistível” sobre ele como o padre António Vieira.
Na homenagem ao padre jesuíta que viveu no século XVII (1608-1697), na comemoração dos 350 anos do sermão de Santa Catarina, em Coimbra, esta segunda-feira, António de Almeida Santos revelou que o padre António Vieira foi “sincero e genuíno” na defesa “dos nativos índios e africanos”.
No auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, o antigo presidente da Assembleia da República sublinhou que o jesuíta foi “um cérebro dotado de inteligência e sabedoria” e o seu legado literário é “parecido em monumentalidade com o Mosteiro dos Jerónimos”.
Por sua vez, D. Virgílio Antunes, bispo da Diocese de Coimbra, salienta que o homenageado é uma “figura ímpar da pátria lusa” e ao mesmo tempo “um ilustre filho da tradição cristã que soube unir a fé e a cultura”.
O padre António Vieira tinha uma dupla vocação, “a de homem embrenhado nas realidades do seu tempo e a de cristão ardente no respeito pelos valores ancorados na sua fé”, disse o prelado de Coimbra.
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva considera que o padre António Vieira está ao “nível de Camões e Fernando Pessoa”, e é, “sem dúvida, um dos grandes vultos da nossa história”.
A Universidade de Coimbra é herdeira da “grande universidade jesuíta” que existiu na cidade até ao Marquês de Pombal.
Os missionários formados na lusa Atenas tiveram “um papel absolutamente decisivo” nas missões de Portugal, salientou João Gabriel Silva.
Ao ler o sermão de Santa Catarina, João Gabriel Silva encontrou no texto “alguns recados para a universidade” e que se deve ter “a humildade para os ouvir”.
No programa da homenagem estava também incluída a declamação do sermão de Santa Catarina pelo ator brasileiro, Lima Duarte.
Naquela cidade foi apresentada a obra completa do padre António Vieira que tem a coordenação de Eduardo Franco e Pedro Calafate, professores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
LFS