Igreja: Cristãos são vítimas de uma «autêntica barbárie» na República Centro Africana

Responsáveis católicos locais denunciam clima de violência e terror instaurado pela milícia islâmica Séléka

Lisboa, 31 jul 2013 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre está a recolher donativos para apoiar as comunidades cristãs da República Centro-Africana, que desde março estão a ser alvo de violência e discriminação às mãos da milícia islâmica Séléka.

Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização humanitária dependente do Vaticano apela “à generosidade” das pessoas para uma situação que não pode deixar ninguém “indiferente”.

Desde que os rebeldes islâmicos tomaram a capital daquele país africano, Bangui, e obrigaram o presidente François Bozizé a fugir, multiplicaram-se os atentados contra a vida das comunidades cristãs.

Em declarações veiculadas pela AIS, um bispo local denuncia a “horrível barbárie” que está a ser cometida contra os fiéis e contra a população em geral, um pouco por todo o território.

“Não me posso calar quando se torturam e matam os centro-africanos, quando as nossas irmãs e as nossas mães são violadas, quando se consagra a impunidade e se impõe a ditadura das armas”, sublinha o prelado, cujo nome tem se ser mantido sob anonimato por motivos de segurança.

O prelado, que esteve com o Papa, apela aos cristãos de todo o mundo para que “não desistam de pedir a paz” para a República Centro-Africana.

Segundo a AIS, “de norte a sul do país”, o cenário em que vivem as famílias cristãs “é esmagador”, com “igrejas pilhadas e profanadas, a destruição de capelas, casas paroquiais, colégios e o medo espalhado por todas as aldeias”.

Pelas contas da organização, o clima de terror instaurado pelos rebeldes Séléka já levou à fuga de “pelo menos, 250 mil pessoas”, que procuraram refúgio em países circundantes.

“Já nos roubaram tudo, menos a fé”, aponta o bispo de outra das regiões centro-africanas mais atingidas.

Até agora, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre conseguiu reunir donativos para as autoridades católicas da República Centro Africana, verbas que foram destinadas sobretudo para a “alimentação, alojamento e compra de medicamentos” em várias dioceses.

JCP

Notícia atualizada às 16h29

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