Economista Américo Mendes defendeu na Semana Social que o Estado deve incentivar «cooperação»
Porto, 24 nov 2012 (Ecclesia) – O economista Américo Mendes considera que a reforma do Estado social em Portugal deve passar pelo “reforço” das organizações de economia social.
Para o diretor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa – Porto (UCP-Porto) que participa na Semana Social, a decorrer na cidade portuense (Casa de Vilar) até este domingo realça também que o Estado deve “aproveitar, melhorar e reforçar” estas organizações e incentivar “a cooperação entre elas”.
Nesta iniciativa com o tema «Estado Social e Sociedade Solidária» – congrega mais de 300 participantes – Américo Mendes sublinha à Agência ECCLESIA que o Estado deve promover uma maior participação cívica nas políticas públicas, a começar pelas políticas sociais, tornando-as menos centralistas”.
Não se deve continuar a financiar o Estado social e o resto das atividades do Estado repousando, principalmente, em impostos sobre o rendimento do trabalho”, acentuou o economista que participou num painel sobre «Reformular o Estado Social: novos riscos sociais, sustentabilidade e justiça».
O “aumento dos impostos sobre as transações financeiras” e sobre os “rendimentos de capital” são medidas defendidas por Américo Mendes e acentua: “É preciso pôr muita ordem no setor das offshores”.
Como a democracia “não é apenas representativa”, o professor da UCP-Porto salienta que esta também “deve ser participativa” e os “órgãos vitais” desta democracia são as organizações de economia social.
Se a democracia participativa “for frágil” – afirmou Américo Mendes – a democracia representativa também será “frágil” porque “não existe uma sociedade civil organizada, vigilante e critica” relativamente às ações dos agentes da democracia representativa.
Ao falar do papel da Igreja nestas questões, o economista disse que a Igreja tem “um papel importante” e “deve apelar a que este tipo de organizações” tenham um “papel ativo e relevante na área social”.
As semanas sociais são promovidas de três em três anos pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a coordenação de um grupo presidido por Guilherme d’ Oliveira Martins, e composto, entre outros por Alfredo Bruto da Costa, Eugénio Fonseca, padre José Manuel Pereira de Almeida e Joaquim Azevedo.
LFS