Igreja/Crise: «Que ninguém se acomode» apela o bispo do Funchal

D. António Carrilho diz ser chegada a hora de cada pessoa contribuir «como sabe e como deve» para o bem do país

Funchal, 26 abr 2011 (Ecclesia) – O bispo do Funchal considera que “a hora é de convocação geral” contra a crise financeira e social que o país atravessa, na procura de soluções “que a todos comprometam”.

“Que uns se incomodem e trabalhem a favor de todos, mas que ninguém se acomode, como quem espera dos outros aquilo que também deve ser esforço e trabalho seu” apela D. António Carrilho, na sua mensagem de Páscoa, enviada hoje à AGÊNCIA ECCLESIA”.

Com o quarto défice orçamental mais elevado da União Europeia, apenas superado pela Irlanda, Grécia e Espanha, e uma dívida pública que atinge já os 93 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), Portugal está neste momento dependente das medidas de reestruturação a implementar pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia.

Neste momento, a “troika”, presente no nosso país, está a avaliar um empréstimo de 80 mil milhões de euros para combater a recessão, que atingiu sobretudo as faixas mais desfavorecidas da sociedade portuguesa, e tornou urgente a procura de respostas sociais.

“A questão que hoje se coloca não é só dar uma esmola ou ajudar alguém a sobreviver, é apostar e contribuir para a transformação das estruturas sociais, de forma a torná-las respostas adequadas e eficazes” sustenta o bispo do Funchal.

“Faça cada pessoa o que deve, como sabe e como deve” sublinha o prelado, que aos cristãos pede sobretudo que “saibam escutar o apelo evangélico à conversão, à mudança de mentalidades e de vida”.

Numa altura em que a palavra “reconversão” está na ordem do dia, no que toca ao valor da dívida portuguesa, um coração renovado em Cristo, “com a grande referência do amor-caridade”, ao serviço do próximo, é a reconversão proposta por D. António Carrilho para Portugal sair do abismo.

JCP

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