Lisboa, 17 out 2013 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CJNP) afirmou que as atuais políticas económicas em Portugal representam uma “calamidade moral”.
“Estamos a fazer sofrer o povo sem a mais pequena indicação de que qualquer resultado possa ser positivo ou venha na linha daquilo que estava previsto. Eu considero que isto é uma calamidade moral”, sublinhou Alfredo Bruto da Costa, no programa de atualidade religiosa das quartas-feiras na Rádio Renascença.
O antigo presidente do Conselho Económico e Social deixou críticas à proposta de Orçamento do Estado para 2014, apresentada esta semana, considerando que Portugal está a ser alvo de uma “experiência”.
“Esta gente do FMI não é nova, estas políticas neoliberais já são de décadas muito antigas. Nós temos aqui dois anos de experiência, em que o ministro das Finanças [Vítor Gaspar] sai dizendo que deixou de ter credibilidade, que falhou nos objetivos originais do memorando”, advertiu.
Bruto da Costa diz que há um problema de equidade social nas medidas do executivo e adverte que “ao quebrar unilateralmente um pilar fundamental da Segurança Social, que é o regime contributivo, o Governo deita por terra toda a filosofia básica do sistema de Segurança Social”.
A CNJP, organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, foi criada com a finalidade genérica de “promover e defender a Justiça e a Paz, à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja”.
RR/OC