Políticos «fazem tudo para que os pobres não acabem», denunciou economista José Manuel Moreira, na Semana Social
Porto, 24 nov 2012 (Ecclesia) – O economista José Manuel Moreira considerou hoje que os pobres são “a indústria que mais dinheiro dá a ganhar aos políticos”, falando na Semana Social que decorre no Porto.
Embora o peso dos impostos “tenha crescido quase para o dobro” desde o 25 de abril de 1974, “as desigualdades em Portugal não diminuíram”, por isso a “classe política precisa dos pobres”, disse à Agência ECCLESIA este economista que participa na Semana Social no painel sobre «Reformular o Estado Social: novos riscos sociais, sustentabilidade e justiça».
Os políticos “fazem tudo para que os pobres não acabem”, denunciou José Manuel Moreira na Semana Social – a decorrer na cidade do Porto (Casa de Vilar) até este domingo – que tem como tema «Estado Social e Sociedade Solidária».
Se a pobreza desaparecesse – acentuou este professor catedrático da Universidade de Aveiro – “acabavam as principais justificações para se «sacar» dinheiro através dos impostos”.
“Muitas vezes, a maior parte do dinheiro desaparece na própria máquina” burocrática, lamentou.
“Quando o Estado gasta metade daquilo que as pessoas produzem”, o professor afirmou que o sistema atual “é de cumplicidade entre o mercado e o Estado”.
O Estado “deve estar ao serviço da sociedade e não a sociedade ao serviço do Estado” e, na mesma linha, “o mercado deve estar ao serviço das pessoas e não o contrário”, referiu.
As semanas sociais são promovidas de três em três anos pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a coordenação de um grupo presidido por Guilherme d’ Oliveira Martins, e composto, entre outros por Alfredo Bruto da Costa, Eugénio Fonseca, padre José Manuel Pereira de Almeida e Joaquim Azevedo.
LFS