Igreja/Crise: Doutrina Social da Igreja é «lâmpada» para a sociedade atual

Coordenador da Semana Social da Diocese do Porto lamenta que reflexão sobre o Estado Social se limite à «despesa pública»

Porto, 25 nov 2012 (Ecclesia) – O coordenador da Semana Social da Diocese do Porto, Joaquim Azevedo, disse à Agência ECCLESIA que a Doutrina Social da Igreja é uma “lâmpada e fonte inspiradora muito importante”, sobretudo em contexto de crise.

Ao fazer o balanço dos três dias da Semana Social que decorreu no Porto entre sexta-feira e hoje, Joaquim Azevedo considera que é essencial “parar e refletir” sobre a situação atual e acrescenta que “foi importante perceber [na Semana Social] que a reflexão sobre o Estado social é oportuna, mas é pena que esteja atrelada a uma redução da despesa pública” e “não, necessariamente, a uma reflexão mais ponderada”.

Com o tema «Estado Social e Sociedade Solidária»  esta iniciativa que congregou mais de 300 participantes deixou, nas palavras do coordenador, um conjunto de análises e considerações que podem ser “importantes nos próximos tempos”.

Na ação de repensar o Estado social, Joaquim Azevedo defende que devem entrar “as várias áreas da sociedade portuguesa, não só a administração pública e os decisores políticos, mas também o setor social e solidário e o setor privado”.

Para o presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa (UCP) “não se pode pensar” numa reforma do Estado social “sem envolver muito fortemente a sociedade”.

As manifestações, realizadas nos últimos tempos, são, segundo Joaquim Azevedo, um “sinal da insatisfação e, essa vontade de vir para a rua, é também um sinal da disponibilidade para participar”.

A sociedade portuguesa tem “de evoluir mais” e a ação da administração pública “devia provocar não o clientelismo, o que ela sabe fazer muito bem e cada vez melhor, mas a autonomia e a responsabilidade das pessoas e das instituições que o Estado apoia”.

Em Portugal “alimentou-se, até hoje, um clientelismo baseado na subsidiodependência”, alertou e acrescenta: “Quem alimentou a subsidiodependência foi o Estado para perpetuar a sua lógica clientelar”.

As semanas sociais são promovidas de três em três anos pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a coordenação de um grupo presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, e composto, entre outros por Alfredo Bruto da Costa, Eugénio Fonseca, padre José Manuel Pereira de Almeida e Joaquim Azevedo.

LFS

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Agência ECCLESIA

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