Igreja/Crise: Bispos esperam «colaboração» do Governo com instituições de solidariedade

Conferência Episcopal diz que há instituições sociais com dificuldade e cogratulou-se com a entrega do Prémio Direitos Humanos 2011 à CNIS

Fátima, Santarém, 13 dez 2011 (Ecclesia) – O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu hoje em Fátima a “colaboração do Governo” com as instituições de solidariedade, alertando para as “dificuldades” que algumas dessas organizações estão a sentir.

“As instituições da Igreja que estão neste setor da solidariedade social, bastantes delas, sentem dificuldades em conseguir manter as portas abertas, para servir as urgências que batem à porta”, disse aos jornalistas o padre Manuel Morujão, secretário da CEP, após a reunião deste organismo episcopal.

Neste sentido, prosseguiu, é essencial a colaboração do Governo, para que as instituições “possam estar ao serviço das populações mais necessitadas”, mormente das crianças, idosos, pessoas com deficiência ou toxicodependentes.

“São urgências que não se podem deixar para qualquer dia, quando os tempos forem mais fáceis”, advertiu o sacerdote jesuíta.

A CEP deixou um voto de “congratulação” pela entrega do Prémio Direitos Humanos 2011, no Parlamento, à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

“Qualquer instituição social, a Igreja também, quer ser parte da solução” para a atual crise, declarou o padre Manuel Morujão, para quem “as respostas não podem vir só do Governo”.

A Assembleia da República justificou a distinção pela intervenção da Confederação “no apoio, defesa, congregação e representação das instituições particulares de solidariedade social em Portugal”.

O porta-voz da CEP sublinhou que a CNIS “cobre um amplo leque de serviços sociais”, incluindo “obras que estão no terreno, perto das populações, que conseguem fazer as pessoas ultrapassarem dificuldades que, de outra maneira, não teriam solução”.

“Está de parabéns esta Confederação e desejamos que possa continuar a servir os portugueses que passam dificuldades, que são tantíssimos”, acrescentou.

O Conselho Permanente da CEP aprovou esta tarde uma nota pastoral sobre a crise, “perante momentos difíceis”, no qual “estão em causa pessoas”.

“Às vezes há a obsessão de que [os momentos difíceis] são inultrapassáveis, um beco sem saída”, assinalou o secretário do episcopado católico, para quem o novo documento dos bispos é uma “mensagem de esperança”.

O padre Manuel Morujão deixou um alerta para “aquilo que está a corroer” os valores, apontando o dedo, em particular, ao “individualismo”, que classificou como “um campo de concentração” que apenas “destrói”.

Este responsável lembrou, por outro lado, o agradecimento deixado pela CEP a todos as “pessoas e instituições que, no seu dia a dia ou em certas ocasiões, promovem ações de serviço aos mais necessitados”.

O Conselho Permanente da CEP é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, que inclui na sua constituição D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa (presidente da CEP); D. Manuel Clemente (vice-presidente), bispo do Porto; D. Jorge Ortiga (vogal), arcebispo de Braga; D. António Marto (vogal), bispo de Leiria-Fátima; D. Gilberto Canavarro Reis (vogal), bispo de Setúbal; D. António Francisco dos Santos (vogal), bispo de Aveiro; D. Manuel Quintas (vogal), bispo do Algarve; padre Manuel Morujão (secretário).

OC

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