Igreja/Crise: Ação Católica Rural defende cultura do «dar e receber»

Economia solidária é vista como a única resposta viável para a superação dos problemas financeiros e sociais que afetam o país

Aveiro, 09 jan 2012 (Ecclesia) – A Ação Católica Rural (ACR) defende que só a adoção de uma verdadeira “economia solidária”, baseada na atenção ao próximo, permitirá ajudar o país a ultrapassar as atuais dificuldades financeiras e sociais.

Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, aquele movimento faz eco das conclusões registadas durante um encontro nacional de animadores, este sábado e domingo, onde ficou claro que “na sociedade atual, as pessoas estão desprotegidas e inseguras” e “perante este panorama, todos precisam dar e receber ajuda”.

O evento, realizado em Albergaria-a-Velha, na diocese de Aveiro, teve como pano de fundo o tema “Economia de Todos e para Todos” e reuniu cerca de 70 militantes e simpatizantes da ACR.

Sob a orientação do professor Rogério Roque Amaro, ligado ao Departamento de Economia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), os trabalhos assentaram na busca de soluções para os problemas atuais.

Segundo o docente, a economia solidária “vai muito para além do problema económico”, focando-se na “importância da pessoa” e no “bem comum”.

Apesar deste sistema privilegiar bastante o voluntariado, isso não quer dizer que tenha de ter “menor qualidade”, alertou aquele responsável.

Este seminário permitiu ainda aos participantes avaliarem “novos caminhos, de modo a formar uma sociedade mais justa e solidária”.

Em cima da mesa ficou sobretudo um desafio para que cada um, dentro da sociedade, possa “dar-se” ao próximo, num gesto de “amor”, marcando a diferença perante as leis do Mercado, onde a lógica é “dar para receber”, e do Estado, onde impera o “dar por dever”.

A Ação Católica Rural é uma “associação livre de leigos, homens e mulheres, jovens e adultos, que, de uma forma orgânica e estável, sob o impulso do Espírito Santo, em comunhão com a Igreja, promove, com um método peculiar, o da revisão de vida, o crescimento de toda a comunidade humana bem como os projetos pastorais e a animação evangélica de todos os ambientes, particularmente das pessoas e meios que são menos favorecidos”.

JCP

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