Criados em meados de 2003 pela Arquidiocese de São Paulo, os Ceat’s (Centros de Atendimento ao Trabalhador) vêm conquistando na cidade de São Paulo um espaço inédito e significativo na formação e recrutamento de empregos para mão-de-obra de baixa qualificação, a fim de combater o desafio do desemprego na região metropolitana. Segundo a “Folha de São Paulo”, em 2004 seis unidades da igreja espalhadas pela capital empregaram o equivalente a cerca da metade dos empregos criados pela CUT (Central Única do Trabalhador), o maior sindicato da América Latina. Por meio dos Ceat’s, a Igreja intermediou a contratação de 9.047 pessoas em 2004 e criou 23.832 novas vagas, captadas em empresas. Boa parte das pessoas atendidas nos Ceat’s são classificadas como “situação de rua”, sem-abrigos que muitas vezes necessitam de roupas, documentos, apoio psicológico e de comida. Em 2005, a meta do Ceat é tentar dobrar o número de colocados com a obtenção de mais recursos. Segundo o padre Lício de Araújo Vale, director administrativo-financeiro do Ceat, um dos objectivos centrais do trabalho é “atender a população que ninguém ouve ou representa na área do emprego, muitas vezes até por causa de interesses corporativos”. O Cardeal Claudio Hummes, arcebispo metropolitano de São Paulo, explica que “não somos só intermediários na criação de empregos. Fazemos também acompanhamento para tentar ajudar as pessoas a sair dos seus problemas”.