O Bispo auxiliar de Braga, D. Antonino Dias, mostrou- se ontem preocupado com a postura de isolamento pastoral evidenciada por alguns agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas (CNE) da Arquidiocese. O prelado, que falava perante milhares de pessoas que lotaram o Pavilhão Multiusos de Fafe no arranque de mais um Ano Escutista, também agradeceu a dedicação do cónego António Macedo, que ao longo de dez anos serviu o CNE como assistente regional. O sacerdote foi ontem substituído no cargo pelo padre José Carlos Vilas Boas e Sá, que assumiu, igualmente, a coordenação da Pastoral Juvenil arquidiocesana. D. Antonino Dias recordou que, «nos tempos que correm, importa ter consciência da actual tendência laicista que ameaça desligar o CNE da sua matriz cristã e da sua intencionalidade, colocando em risco os próprios valores humanos tão apreciados no projecto educativo deste Movimento». Dirigindo-se de forma particular aos responsáveis presentes no Multiusos fafense, o Bispo auxiliar de Braga pediu que todos colaborassem para inverter o rumo pelo qual enveredaram alguns (poucos, diga- -se) agrupamentos. «Daqui ou dali – e com tristeza o digo, mesmo que sejam casos pontuais –, chega-nos ao conhecimento que há agrupamentos de costas voltadas para a vida da comunidade, sem prática de fé, nem presença testemunhal, instalados por conta própria nas suas coisinhas, sem dinâmica nem exigência internas de crescimento, e a serem, na acção pastoral de conjunto, mais problema que solução», lamentou o prelado, que acrescentou que «a hora é de mudar a página: de bela, para mais bonita ainda! Pelos seus cem anos de juventude no mundo, o Escutismo merece respeito, reclama fidelidade à promessa e seriedade no compromisso». Escutismo de qualidade Em Fafe, o Bispo auxiliar de Braga também lançou um apelo para que o CNE investisse num «Escutismo de qualidade». «A descristianização que se reflecte na crise de valores torna necessária uma nova evangelização. Nova evangelização é o convite a evangelizar de novo com “novos métodos, novo ardor e nova estratégia”. Como movimento da Igreja, o CNE precisa de se manter sempre jovem e renovado para responder a tal desafio», sustentou D. Antonino Dias, que referiu que «o CNE se tornou um movimento de fronteira entre a Igreja e o mundo; tornou-se um precioso meio para a nova evangelização, educando para a participação laical, incentivando e preparando os seus membros para serem obreiros de evangelização». Finalmente, o prelado agradeceu o trabalho do cónego António Macedo, que ao longo da última década exerceu o cargo de assistente regional do CNE. O sacerdote foi mesmo homenageado pela Junta Regional, que lhe ofereceu uma salva de prata. «Como expressão da sua atenção à juventude da Arquidiocese e à numerosa população escutista – cerca de 20 mil escuteiros –, quis o Senhor Arcebispo primaz nomear, a tempo inteiro, um sacerdote para assistente regional do CNE e coordenador da Pastoral Juvenil. O padre José Carlos Vilas Boas e Sá reúne a competência e os requisitos necessários para o bom desempenho de tal missão», concluiu D. Antonino Dias.
