Igreja: Constituição do Vaticano II sobre a Liturgia é «profundamente inovadora», diz especialista

«Sacrosanctum Concilium» foi aprovada há 50 anos

Lisboa, 04 dez 2013 (Ecclesia) – A constituição do Concílio Vaticano II sobre a Liturgia, ‘Sacrosanctum Concilium’, foi “profundamente inovadora”, disse à Agência ECCLESIA o padre Luís Manuel Silva, professor na Faculdade de Teologia na Universidade Católica.

“Esta constituição é profundamente inovadora na história da Igreja, porque é o Concílio Vaticano II é o primeiro do qual sai explicitamente um documento cujo tema, do princípio ao fim, é a Liturgia”, assinala o especialista, a respeito do documento aprovada há 50 anos, no dia 4 de dezembro.

Segundo o pároco da Sé de Lisboa, o decreto continha em si “todas as grandes ideias, as grandes sementes” dos trabalhos conciliares, que se prolongariam até 1965, sob a presidência de Paulo VI.

A constituição em causa, uma das quatro aprovadas no Vaticano II, apresenta “diretivas claras para a renovação da Liturgia do Rito Romano, principalmente”.

“Temos de considerar que estes 50 anos foram de atualização desse desejo, dessa diretiva expressa pelos padres conciliares”, explica.

O sacerdote destaca, no documento, a recuperação da “centralidade do Mistério Pascal” e a libertação de conceções ligadas apenas ao “cerimonial, ao rubricismo, a uma visão jurídica pura e simples”.

[[v,d,4328,Entrevista ao cónego Luís Manuel Pereira da Silva]]A reforma das estruturas das celebrações e dos livros litúrgicos obedeceu a estas indicações, com destaque para “o desejo da participação ativa da assembleia” que se reúne para celebrar.

“A primeira realidade de qualquer ação litúrgica é uma assembleia reunida”, recorda o docente da UCP.

O especialista sublinha que o último meio século foi de “grande transformação” na Liturgia Romana, que “desde sempre se pautou pela sobriedade, pela nobreza”.

Entre as mudanças mais visíveis estão a posição de quem preside à Missa, “virado para o povo”, e a possibilidade de celebração nas línguas vernáculas.

“Não é uma novidade no sentido de ter sido o Concílio a trazer isso, a Igreja já conheceu essa forma celebrativa, mas de facto acentuou-se muito isso”, acrescenta.

O padre Luís Manuel Silva refere ainda que “nunca esteve proibida a celebração em Latim”, frisando que é natural celebrar na “língua que as pessoas usam” para promover “uma participação ativa e consciente”.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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